A taxa de esforço para conseguir pagar a renda de casa aumentou no último ano, passando de 48% em 2021 para 54% este ano. Ou seja, absorve já mais de metade do rendimento familiar de quem não tem habitação própria. As conclusões são de um estudo realizado pelo portal imobiliário idealista que cruzou os preços médios de arrendamento a nível nacional em setembro de 2022 e a estimativa dos rendimentos familiares na mesma data, fazendo ainda a comparação entre o terceiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2021.
É no distrito de Lisboa que a taxa é mais elevada (passou de 47% para 56%). Quando a análise é feita por concelhos, o peso da renda no orçamento familiar na capital é ainda mais carregado – é mesmo necessário disponibilizar 61% do rendimento familiar para conseguir ter uma habitação arrendada.
Seguem-se os distritos do Porto (48%), Faro (47%), Setúbal (44%), ilha da Madeira (44%), Coimbra (39%), Viana do Castelo (38%), Beja (37%), Leiria (37%), Évora (37%), Aveiro (36%) e Castelo Branco (36%). Os distritos que exigem menos de 35% dos rendimentos são Braga (34%), Viseu (34%), Santarém (33%) e ilha de São Miguel (33%).
A ilha da Madeira foi o local onde mais cresceu a taxa de esforço, que passou dos 35% para 44% no terceiro trimestre de 2021.
Em sentido contrário, os menores aumentos do esforço para arrendar casa aconteceram em Aveiro (de 35% para 36%), ilha de São Miguel (de 32% para 33%) e Braga (de 31% para 34%).
Rendas só descem em Beja
Analisando por capitais de distrito, a tendência é similar. A maior subida aconteceu em Lisboa, onde passou de 47% a 61% do rendimento familiar. Seguem-se as subidas do Funchal (de 38% a 48%), Porto (de 38% a 45%), Portalegre (de 31% para 37%), Castelo Branco (de 31% para 37%), Vila Real (de 26% para 31%), Guarda (de 29% para 34%) e Faro (de 36% para 41%).
Braga foi a capital de distrito onde menos aumentou a taxa de esforço para pagar a renda, passando de 32% para 33%, seguida por Leiria (de 33% para 35%), Setúbal (de 36% para 39%), Ponta Delgada (de 33% para 36%) e Coimbra (de 37% para 40%). Em Bragança e Santarém a taxa de esforço manteve-se inalterada no último ano e em Beja desceu de 37% a 36%, sendo a única descida do país.