Para marcar a chegada aos 30 anos, a VISÃO lança a rubrica multimédia “Ideias com VISÃO”. Serão 30 semanas, 30 visionários, 30 ideias para fazer agora. Da ciência à saúde, das artes ao humor, das empresas ao ambiente, figuras de referência nas mais variadas áreas darão os seus contributos para pensar um Portugal melhor. Semanalmente em papel e aqui em vídeo.
A minha ideia é IVA zero para os livros e para as publicações de Imprensa escrita periódica. E a razão é simples: Portugal tem dos índices de leitura mais baixos da União Europeia. No ano passado, 60% dos portugueses não leram um único livro, e isto tem-se agravado ao longo dos anos. Ler, obter informação fidedigna, ler romances, ficção científica e artigos de jornais torna-nos cidadãos mais informados, capazes de decidir em consciência o nosso destino e, ao mesmo tempo, capazes de criar empatia com o outro. Porque os livros dão-nos isso: trazem-nos a capacidade de sonhar, de compreender histórias e vivências que não temos ao nosso dispor no dia a dia. São, no fundo, outra forma de compreender o outro. Os livros são uma verdadeira ponte para o outro.
Portugal já teve IVA zero nos livros e na Imprensa escrita, mas, quando nos juntámos ao Mercado Único Europeu, fomos obrigados a uniformizar a nossa fiscalidade em função dos outros Estados-membros.
Nos últimos tempos, e paulatinamente, tem-se discutido a importância da leitura, do livro e da Imprensa para a formação da opinião pública. E tanto o livro como os jornais têm sido considerados bens essenciais. Hoje em dia, os Estados-membros podem escolher que tipo de IVA e que fiscalidade querem colocar neste género de produtos. Seria um bom sinal o Governo considerar quer o livro quer a informação um bem de primeira necessidade. Ainda para mais quando os discursos de ódio e os discursos de desinformação estão a crescer, tanto em Portugal como na Europa.