Vivemos numa era de constante inovação tecnológica, com a Inteligência Artificial (IA) na vanguarda da mudança e a ser um dos principais motores dessa evolução. Segundo as previsões recentes da IDC, no “The Worldwide AI and Generative AI Spending Guide”, até 2028, o investimento global nesta tecnologia deverá ultrapassar os 700 mil milhões de euros, o que, a concretizar-se, reflete o seu crescente impacto e potencial nas empresas em todo o mundo. Consequentemente, em 2030, estima-se que esse investimento tenha um impacto económico mundial significativo, impulsionando 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) global, revela o “The Global Impact of Artificial Intelligence on the Economy and Jobs”.
Mas, enquanto 2024 ficou marcado por avanços tecnológicos significativos no âmbito da IA, como a adoção generalizada da GenAI e por discussões e debates sobre a sua utilidade, 2025 promete ser o ano em que as empresas dão o próximo passo na sua jornada tecnológica: aplicam na prática muitos dos conceitos que até então estavam em fase de provas de conceito – projetos-piloto e discussões sobre use cases – e redefinem processos e estratégias, trazendo a inovação real para o seu dia a dia. Por outras palavras, o foco deixará de ser a hiperexperimentação e passará a ser a adoção e reinvenção de modelos de negócio, processos, formas de trabalhar, de interação com clientes e diferentes stakeholders.
Em 2025, assistiremos à proliferação dos AI Agents, ou agentes de Inteligência Artificial, com um elevado grau de autonomia. Estes são projetados para executar tarefas de forma independente, permitindo às empresas tomar decisões sem a intervenção humana e até mesmo desenvolver software e otimizar processos de forma autónoma. Segundo dados da IDC, até 2028, 15% das decisões corporativas serão tomadas por estes AI Agents.
Para além dos AI Agents, Data-as-a-Product (DaaP) surge igualmente como uma tendência relevante e um dos maiores desafios para as organizações, nos próximos anos. A forma como as empresas lidam com os seus dados, tratando-os como ativos estratégicos – que, por esse motivo, são vistos como um recurso valioso que deve ser bem gerido – e a criação de um sistema de governance robusto serão cruciais. A IA será fundamental neste processo, com plataformas a gerar insights práticos e a assegurar que os dados são utilizados de maneira responsável e em conformidade com as normas éticas.
Passada a ‘febre’ inicial em torno do AI e da GenAI, o grande desafio para 2025 é saber tirar partido de todo o seu potencial. O início do novo ano, altura em que refletimos sobre as tendências que vão moldar o futuro, é o momento ideal para nos questionarmos até que ponto as nossas empresas estão realmente preparadas para acompanhar a transformação tecnológica que se avizinha. O sucesso de 2025 dependerá da capacidade de estas abraçarem a inovação de forma consciente, garantindo que a transformação tecnológica, não apenas impulsione os negócios, como também contribua para um futuro mais justo e sustentável.