Quando o Mundo estava dividido em dois grandes blocos, na Guerra Fria, o lado ocidental não sonhava sequer com o que se passava do outro lado do Muro. Provavelmente, pensava-se em jovens nas grandes paradas militares, dissertações sobre a glória do comunismo e cânticos soviéticos. Hoje, graças a um grupo de quatro jovens engenheiros, sabe-se que pelas salas de cinema e estações de comboios estavam espalhadas várias máquinas de arcada. Desde o final dos anos 70 até ao início dos anos 90, as fábricas militares soviéticas produziram cerca de 70 títulos. Procurava-se, segundo os manuais, «proporcionar entretenimento e desenvolver as capacidades visuais». A produção de títulos parou, com a queda do Muro de Berlim, e com a proliferação de títulos da Nintendo e dos PC. Os jogos entretanto criados, ou foram destruídos, ou enterrados em qualquer canto de sótão ou armazém. Nesta altura, os quatro jovens estão a percorrer o país, noticia o wired.com, para desenterrar estes jogos, tendo já encontrado 32 jogos. Encontram-se em condições diversas: desde máquinas que só aguentam uns minutos e vão abaixo, a máquinas em perfeitas condições. Um ponto em comum: nenhum dos jogos tem a tabela de high-score, pois este tipo de mentalidade não era encorajada. «No máximo, atingindo determinado número de pontos, ganhava-se um jogo extra grátis», explica um dos fundadores do projecto. Em Maio abriu o Museum of Soviet Arcade Machines, num abrigo da era estalinista, na cave de um dormitório de universidade.
Russos desenterram videojogos do tempo da Guerra Fria
Foi criado o Museum of Soviet Arcade Machines em Moscovo. Os videojogos da altura voltam à luz do dia