Um estudo recente revelou que 42% dos cidadãos europeus não têm qualificações digitais básicas, com o Conselho da União Europeia a alertar que mudanças na demografia e pobres condições de trabalho em alguns setores podem agravar este cenário. Com o avanço expectável da Inteligência Artificial, é fácil prever que a procura por profissionais qualificados vai intensificar-se.
O relatório da Stack Overflow revela que os cargos mais populares entre programadores estão os de full-stack, back-end e front-end, seguidos por programadores de desktop ou enterprise, mobile e aplicações integradas. JavaScript é a linguagem mais procurada, seguida de SQL, HTML/CSS, Python e TypeScript.
Por seu lado, o relatório Oversee da GitHub revela que o JavaSctript foi destronado e que a linguagem mais procurada na sua plataforma agora é o Python, pela sua simplicidade e bibliotecas extensas. A GitHub explica ao The Next Web que esta é a “primeira alteração de grande escala que vemos nas duas principais linguagens de programação desde 2019 – e reflete o crescimento do Python que acompanhou o boom da Inteligência Artificial generativa a que assistimos nos últimos dois anos”.
Também a computação da nuvem, a Internet das Coisas e as tecnologias de realidade aumentada e realidade virtual vão exigir mais profissionais e mais qualificação. A Kotlin tem vindo a destacar-se no desenvolvimento para Android e a Go a ser popular para construir redes de servidores escaláveis e sistemas concorrentes, com a simplicidade e desempenho como trunfos.
Dados da Developer Nation mostram que linguagens mais antigas estão a ressurgir, como o Java, que ganhou oito milhões de programadores entre 2021 e 2023. O Index TIOBE lista a C++ no segundo lugar, devido ao desempenho em sistemas integrados, desenvolvimento de jogos e software de trading financeiro. Apesar disto, algumas fontes como o governo dos EUA têm vindo a apelar aos programadores que mudem da C++ para linguagens mais seguras, como a Rust que viu a sua base de utilizadores triplicar nos últimos tempos.