As fabricantes japonesas de automóveis Honda e Nissan vão ter agora mais um aliado de peso no desenvolvimento de veículos elétricos – trata-se da Mitsubishi Motors. O objetivo é criar uma estrutura que permita às marcas rivalizar, principalmente, com a Tesla e a BYD, líderes do setor. Esta parceria tem o objetivo de partilhar componentes para veículos elétricos, como baterias, e ainda desenvolvimento de software para condução autónoma. A iniciativa surge num momento em que as vendas estão em queda, principalmente no mercado chinês.
Foram cerca de 100 dias de negociações, entre os líderes das empresas japonesas para chegarem a acordo e definirem os objetivos para o futuro, existindo preocupação e urgência em progredir neste segmento. “Empresas que não se adaptam às mudanças não podem sobreviver”, afirmou o diretor executivo (CEO) da Honda, Toshihiro Mibe. Destacou ainda que a colaboração é essencial para conseguirem acompanhar o ritmo do mercado atual.
A aliança surge num contexto de perda de participação de mercado dos fabricantes japoneses na China, devido à crescente popularidade dos veículos elétricos de empresas como a BYD. Em junho, as vendas da Honda e da Nissan caíram significativamente na China, entre 40% e 27%, respetivamente, após o fecho de diversas fábricas locais, de acordo com o site Interesting Engineering.
O CEO da Honda foi ainda questionado sobre a partilha de capital, e não descartou essa possibilidade afirmando que é um tema para o futuro. A parceria é vista como uma forma de partilhar custos e enfrentar a concorrência, também, da Toyota, que possui colaborações com a Subaru, Suzuki Motor e Mazda.
A Honda, Nissan e a Mitsubishi venderam nos primeiros seis meses do ano cerca de quatro milhões de veículos, enquanto que a Toyota, sozinha, registou 5,2 milhões de vendas.
A colaboração entre Honda e Nissan visa capitalizar as forças das marcas, incluindo a implementação de várias opções de motorização, para ajudar a mitigar os custos significativos de adaptação à automação. Makoto Uchida, CEO da Nissan, destacou que “apesar das diferentes culturas corporativas, as empresas partilham os mesmos desafios”, falando ainda sobre a importância da velocidade na inovação “para acompanhar concorrentes como a BYD”.
A parceria promete complementar as linhas de modelos de cada empresa em vários mercados globais, incluindo veículos com motores a combustão e elétricos. Os detalhes ainda estão a ser revistos, mas as marcas esperam que esta união seja positiva para todas as partes.