Os dados relativos ao primeiro trimestre de 2022 da empresa de análise Mercury Research mostram que, com exceção dos segmentos de Internet das Coisas (IoT) e de sistemas de componentes integrados (SoC), as vendas de processadores x86 registaram quebras em todos os outros segmentos. As vendas de processadores para computadores de secretária (desktop) caíram mesmo 30% face ao trimestre anterior, naquela que é a maior descida já alguma vez registada neste segmento. Apesar do declínio geral, a AMD pode sorrir, tendo aumentado a quota de mercado nos chips x86 para 27,7% – além de ser um recorde para a empresa, representa um aumento de 7% de quota de mercado face ao primeiro trimestre de 2021.
Segundo Dean McCarron, analista da Mercury Research, a Intel acabou por ser a empresa mais prejudicada com a quebra sentida na venda de processadores X86 – a tecnológica até aumentou a quota de mercado no segmento dos desktops, mas a AMD teve um melhor desempenho no segmento dos portáteis e também conseguiu ganhar peso no segmento dos servidores – tendo agora quotas de 22,5% e 11,6%, respetivamente.
Recorde-se que a CEO da AMD, Lisa Su, já tinha antecipado um declínio na ordem de “um dígito alto” na venda de processadores para desktops.
Dean McCarron explica que “apesar da quebra, o mercado assistiu ao estabelecer de vários recordes, incluindo para receitas nos processadores de servidores, unidades e preços para IoT / semi personalizadas e um novo recorde para os preços médios de venda para clientes combinados (de secretária e portáteis)”.
De uma forma global, o declínio na venda de processadores surge numa altura em que a pandemia está em recessão e a situação económica mundial é complexa, com as vendas de PC a baixarem. Todos estes fatores contribuem para uma redução da procura. Nesta altura, o excesso de inventário dos computadores teve mais impacto nas vendas da Intel do que na AMD, que tem apostado mais nas CPU para servidores, mais caras e com maiores margens, fazendo com que tenha menos inventário do que a rival Intel.