Apesar dos pedidos para combater a desinformação, a Telegram não terá conseguido ajudar a eliminar notícias falsas e travar a sua disseminação durante o período eleitoral de outubro no Brasil. A app de mensagens é a segunda mais usada no país e não conta com representação oficial naquele país. O responsável pelo TSE, Luís Roberto Barroso, está desde dezembro tentar reunir-se com Pavel Durov, diretor executivo e fundador do Telegram, para debater planos de ação, mas sem sucesso. Agora, o Tribunal Superior Eleitoral está a considerar proibir a app de operar no Brasil.
“Nenhum ator relevante para o processo eleitoral de 2022 pode operar no Brasil sem representação legal adequada, responsável por cumprir a legislação nacional e as decisões judiciais”, afirma Barroso em comunicado citado pela Reuters. No mesmo documento, refere-se que o TSE já tem acordos e parcerias com quase todas as plataformas de redes sociais para conseguir travar as notícias falsas e a disseminação de teorias da conspiração. Com o Telegram presente em 53% dos aparelhos móveis no Brasil, a decisão pode vir a ter um impacto forte na vida dos cidadãos. O próprio presidente Jair Bolsonaro tem um milhão de subscritores no seu Telegram oficial, passando a preferir este meio de comunicação depois de as empresas do grupo Meta, como Facebook, WhatsApp e Instagram, terem removido algumas das suas publicações.
Os próximos passos do TSE sobre este tema devem ser debatidos no início do mês de fevereiro, mas os responsáveis do tribunal deixaram claro que não pretendem abrir exceções neste capítulo.