O caso que opôs a Epic Games à Apple fez correr muita tinta e pode dizer-se que terminou agora sem um vencedor claro, apesar de a Apple ter sido obrigada a fazer algumas cedências. A sentença lida pela juíza Rogers determina que a empresa de Cupertino deve, dentro de 90 dias, passar a permitir que os programadores redirecionem os utilizadores para outras formas de pagamento. No entanto, deliberou ainda que a App Store se mantém como ponto único para download e compra de aplicações e reconhece que a Apple pode continuar a cobrar os 30% de comissões sobre as compras in-app.
A decisão tem um impacto potencial nos 19 mil milhões de dólares que a Apple registou como receitas provenientes da App Store. Uma grande parte deste valor provém precisamente das compras in-app dentro de jogos gratuitos. No entanto, para já, a sentença de Rogers aplica-se apenas a empresas baseadas nos EUA que, segundo a Bloomberg, representam cerca de 1/3, ou 6,3 mil milhões de dólares, do volume total.
Para estas empresas e criativos, a sentença abre todo um novo mundo, deixando de estar ‘presos’ às regras e soluções da Apple.
A maior parte das receitas da App Store provém do gaming, com os jogos a totalizar mais de 70% da receita da loja e 98% das receitas in-app. Uma leitura rápida nos tops corrobora isso mesmo, a lista de aplicações mais lucrativas e que mais receitas geram é composta quase exclusivamente por jogos gratuitos que têm compras dentro da app, excetuando o Minecraft que é uma app paga e com compras dentro da app.
Há muitos detalhes ainda por clarificar nesta sentença (os programadores vão poder mostrar um botão PayPal ou Stripe diretamente ou têm de levar os utilizadores a um link externo? A Apple vai poder exigir que o montante de pagamento por usar outro sistema seja diferente?), mas a Epic Games já fez saber que irá recorrer.