O projeto Redes Definidas por Software Disruptivas para Comunicações Seguras para a Defesa Europeia (DISCRETION no acrónimo em inglês) conta com a participação de várias organizações portuguesas e é um dos 26 selecionados pela Comissão Europeia no âmbito do EDIDP – Programa de Desenvolvimento Industrial da Defesa Europeia. A proposta é um dos 26 projetos selecionados e mereceu o primeiro lugar no tópico de categoria de comunicações seguras.
O consórcio que assegura o desenvolvimento é liderado pela empresa Deimos e conta com as participações do Instituto Superior Técnico, Instituto de Telecomunicações, Altice Labs e Adyta, aos quais se juntam a empresa Telefonica Investigación y Desarrollo S.A.U, a Universidade Politécnica de Madrid, o Austrian Institute of Technology GmbH e a Nextworks.

O projeto visa integrar e combinar as tecnologias de redes definidas por software (SDN) com o uso de sistemas criptográficos militares e a respetiva distribuição segura de chaves, em ambientes potencialmente hostis e pretende construir uma arquitetura de controlo de rede altamente segura, escalável e resiliente para serviços de operações táticas, explica o comunicado de imprensa do IST. Esta abordagem representa uma revolução que suporta uma maior evolução de rede, potenciando a utilização de tecnologias disruptivas, tais como a distribuição de chaves quânticas (QKD na sigla inglesa).
Ricardo Chaves, investigador do IST, destaca o projeto como um “importante passo na colaboração entre a indústria, a academia e o estado para a melhoria da cibersegurança” e o “exemplo do potencial da cooperação entre Matemáticos e Engenheiros do Instituto Superior Técnico”.
No dia 30 de junho foi feita uma demonstração de aplicação destas tecnologias, com o intercâmbio de mensagens cifradas com hardware criptográfico de ponta entre duas instalações da Defesa portuguesa (a 5 km uma da outra) usando uma ligação de fibra ótica de topo, numa iniciativa apoiada pelo Estado-Maior General das Forças Armadas e o Gabinete de Segurança Nacional.