O drone da empresa portuguesa Tekever AR5 está ao serviço das autoridades britânicas a vigiar o Canal da Mancha e a fazer voos diários de mais de oito horas. Foi numa destas missões que as câmaras do drone captaram imagens inequívocas de Rebwar Ahmed ao leme de um barco inflável rígido que, a 12 de julho, levava 20 migrantes a bordo, cinco dos quais menores. As imagens foram decisivas para a condenação lida esta quarta-feira pelo juíz Mark Weekes. Esta foi a primeira vez que este tipo de evidências é usado como evidência num caso em tribunal.
A solução da Tekever está a ser usada pelo Ministério de Administração Interna britânico desde julho de 2019. Desde então, em mais de 60% das missões diárias são detetadas pequenas embarcações sobrelotadas e algumas delas mesmo em emergência.
“Dezenas de pessoas partem quase todos os dias nesta viagem perigosa através do Canal da Mancha, mas pequenas embarcações em condições desfavoráveis significam muitas vidas em perigo ao longo do trajeto. Por isso, temos orgulho em ser um parceiro das autoridades britânicas no sentido de garantir a segurança das pessoas no mar. As nossas aeronaves permitem identificar vidas em perigo de forma mais rápida, em tempo real e ajudando as equipas de resgate”, explica Paul Webb, Diretor de Operações da Tekever UAS (Unmanned Aircraft Systems – sistemas de aeronaves não tripuladas), citado em comunicado de imprensa.
Já Ricardo Mendes, o CEO da empresa, explica que “ao longo de vários meses, a nossa equipa de operações mostrou que as aeronaves não tripuladas são o futuro do salvamento de vidas no mar”, mostrando-se orgulhoso da equipa.
O drone AR5 é um bimotor de asa fixa especialmente concebido para missões de vigilância marítima, pode voar mais de 20 horas e carregar equipamentos como radares, câmaras diurnas e noturnas ou recetores de transmissão de localização.