John McAfee, o excêntrico criador do antivírus McAfee e candidato à presidência dos Estados Unidos, juntou-se à discussão sobre se a Apple devia aceder ao pedido do FBI para criar uma backdoor para o iPhone 5c utilizado pelos responsáveis do tiroteio de San Bernardino. Num artigo de opinião publicado no Business Insider, John McAfee alerta para o perigo de se abrir um precedente se a Apple aceitasse.
De acordo com McAfee, se as autoridades dos Estados Unidos conseguirem este backdoor, então acabarão por conseguir uma backdoor para toda a encriptação e «o nosso mundo, como o conhecemos, acaba». É que ele considera que os dados não estariam seguros nas mãos do governo, pois há o risco de corrupção: «Alguns milhões de dólares, algumas mulheres (ou homens) e uma viagem de iate às Caraíbas pode ser tudo o que é necessário para os nossos inimigos terem acesso completo aos nossos segredos.»
De seguida, o especialista em cibersegurança questiona por que razão não consegue o próprio FBI desencriptar a informação, uma vez que tem todos os recursos do governo norte-americano à disposição? Para McAfee, a resposta está no facto do FBI não ser capaz de recrutar e pagar hackers com pierciengs, tatuagens na cara ou cristas. Consequência: a China e a Rússia estão a fazê-lo e levam grande vantagem no campo da cibersegurança.
Para provar o seu ponto de vista, McAfee afirma que ele e a sua equipa de hackers seriam capazes de desencriptar o iPhone 5c do terrorista de San Bernardino em três semanas, oferecendo-se para fazê-lo para o FBI de forma gratuita. E refere que comeria o seu próprio sapato no programa televisivo de Neil Cavuto se não conseguisse cumprir este objetivo. A ideia do especialista é fazer com que, desta forma, a Apple não tenha de fornecer o backdoor ao FBI.