Com base em pesquisas globais feitas pelas empresas britânicas GWI e Datarelportal, a publicação Finbold concluiu que a adoção de dispositivos domésticos inteligentes está a aumentar em todo o mundo, como resultado da crescente penetração da internet no quotidiano de cada um e do surgimento de smartphones acessíveis. Dos 47 países analisados, Portugal surge no fundo da tabela, na 39ª posição, com 6,5% dos utilizadores de internet portugueses a terem este tipo de aparelhos conectados em casa – cerca de metade da média global e muito longe dos 24,9% registados no Reino Unido, que lidera a tabela.
Desde termostatos inteligentes, assistentes de voz, sistemas de segurança, a luzes inteligentes e outros aparelhos conectados, a procura por estes equipamentos é cada vez maior, sublinha o estudo. O nível crescente de interoperabilidade permite conectar os dispositivos entre si e com a casa, contribuindo para uma melhoria no estilo de vida do utilizador. Convenientes e práticos, estes aparelhos atendem a necessidades específicas e atraem os consumidores.
A pandemia influenciou em grande medida este tipo de consumo, dado que a maioria das pessoas gastou dinheiro em serviços e dispositivos relacionados à tecnologia que atribuíam um maior conforto e facilitavam os sucessivos confinamentos. Por outro lado, nas épocas de promoção, como a Black Friday e a Cyber Monday, os dispositivos domésticos inteligentes são os mais procurados e as lojas correspondem com descontos.
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O estudo, realizado em outubro de 2021 a utilizadores entre os 16 e os 64 anos, mostra também que muitos utilizadores já procuram, inclusive, por imóveis que já tenham os dispositivos instalados. Consequentemente, os vendedores já incorporam os dispositivos nos apartamentos e casas para atrair novos clientes.
No topo da lista de países com mais utilizadores de internet a ter dispositivos domésticos inteligentes está o Reino Unido com 24,9%, praticamente o dobro da média global de 13,5%. Seguem-se a Irlanda, o Canadá e os Estados Unidos da América com 22,2%, 21,2% e 20,2%, respetivamente. Abaixo da média global, como Portugal, surgem ainda, por exemplo, a Holanda, a Índia e o México com 13,4%, 13,1% e 13,1%, respetivamente.
Ainda que o uso destes dispositivos seja evidente em países diversos, estes, e tal como outro tipo de tecnologias, são afetados por questões de segurança e privacidade e há quem questione a quantidade de dados que os dispositivos podem recolher, duvidando se são ou não seguros. Além disso, a maioria dos dispositivos são considerados caros – comparando com um equipamento equivalente ‘não inteligente’ – e afastam alguns utilizadores. Para combater estes fatores, os fabricantes devem oferecer valor ao consumidor e tornar mais fácil a harmonização dos vários dispositivos, sublinham as entidades responsáveis pelo estudo.