Desde quarta-feira que o governo do Cazaquistão está a intercetar o tráfego de internet no país. Quando um utilizador tenta aceder a uma página web, encontra uma mensagem do operador de telecomunicações com instruções para instalar um certificado de encriptação criado pelo governo.
Só mediante a instalação deste certificado é que o acesso à web pode ser feito, mas a partir desse momento o governo também passa a ter acesso a todas as comunicações encriptadas (HTTPS) que são feitas entre os utilizadores e os servidores dos respetivos sites visitados.
Segundo escreve a publicação ZDNet, a ideia passava por controlar o tráfego dos utilizadores de internet da capital do país, Nur-Sultan [antiga Astana], mas há relatos de pessoas de outras regiões cazaques que já estão a ser forçadas a instalar o certificado.
De acordo com o fórum Bugzilla, há operadores que ainda não estão a intercetar as ligações dos utilizadores para forçar a instalação do certificado, mas já estão a alertar os clientes via SMS e nas páginas oficiais sobre as alterações decretadas pelo governo.
Um porta-voz do ministério do desenvolvimento digital do Cazaquistão defendeu a medida, dizendo que tem como objetivo «melhorar a proteção dos cidadãos, organizações governamentais e empresas privadas de ataques de hackers, burlões online e outras ciberameaças.»
Ainda segundo a ZDNet, esta não é a primeira vez que o governo cazaque tenta implementar tal medida. Em 2015 uma ideia semelhante chegou a estar “em cima da mesa”, mas uma forte contestação das empresas locais fez com que o projeto não avançasse. Na altura o governo até pediu à Mozilla para incluir o certificado de origem no navegador Firefox, algo que foi recusado.