A Associação do Comércio Audiovisual de Obras Culturais e de Entretenimento de Portugal (ACAPOR) emitiu hoje um comunicado a solicitar ao deputado socialista João Galamba que renuncie ao mandato que ocupa na Assembleia da República. «Independentemente da questão penal do comportamento e da inerente incitação à prática de crime à comunidade, a falta de sensibilidade para a problemática por si manifestada e o desprezo pelo drama das famílias que perderam o seu sustento às mãos da pirataria, deveriam levar o Sr. Deputado a apresentar a renúncia ao seu mandato, nos temos do artigo 7.º do Estatuto dos Deputados em face da grosseira violação do artigo 14.º n.º 1 al. e) do mesmo diploma legal», afirma a associação que representa os clubes de vídeo portugueses, dirigindo-se ao deputado socialista.
«No nosso entendimento, só deste modo poderá o Sr. Deputado ver retratada a sua imagem e dignificar o cargo de deputado que tanto respeito merece numa sociedade democrática que pretendemos preservar», acrescenta a ACAPOR.
O comunicado da ACAPOR surge na sequência de um outro comunicado emitido pela Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais (FEVIP) que classificou como «lamentável» a atitude do deputado João Galamba ao perguntar no Twitter se algum dos "seguidores” na rede social sabia de algum link que permitisse ver, em direto, o jogo Porto – Sporting, que se disputou no dia 27 de outubro.
A ACAPOR assume que o caso do “link pirata” é revelador de um «um fracasso da parte da indústria», no que toca à «sensibilização para o problema em causa».
A ACAPOR refere alguns números sobre a indústria de cinema relaciona-os com a popularidade da pirataria na Internet: «A pirataria é a principal causa da perda de 4 Milhões de espectadores nas salas de cinema em menos de três anos – 1,1 Milhões só nos últimos 10 meses –, é responsável por não existir atualmente exibição regular de cinema dos Distritos de Évora, Beja, Portalegre e Castelo Branco. A pirataria está ainda na origem da perda de 25 milhões de vendas de DVD/Blu-Rays em apenas quatro anos».