A Next Big Sound, uma consultora especializada na análise de popularidade dos vários artistas e temas musicais, anunciou que pretende revelar, no final do ano, vários nomes de artistas suspeitos de comprarem fãs virtuais para figurarem junto dos trabalhos que publicam na Net.
A denúncia confirma que, no negócio da popularidade fictícia, likes e visitas podem ser duplamente virtuais: as mostras de apreço existem no espaço virtual, mas os fãs não existirem na realidade. O programa de rádio NewsBeat, da BBC, entrevistou várias pessoas da indústria musical e das redes sociais que conhecem de perto o fenómeno da compra e venda de tráfego e apoiantes. E foi assim que descobriu que há quem pague 30 libras (cerca de 35 euros) por 10 mil visitas no Facebook.
Também é referida a possibilidade de compra de likes do Facebook, seguidores do Twitter ou comentários que dão maior credibilidade às vistas compradas, mas não são referidos os valores cobrados nestes casos.
Facebook, YouTube e Twitter já reagiram à notícia: em qualquer destes três portais o uso de fãs virtuais comprados no submundo da Net fere os regulamentos internos e pode ser suficiente para a expulsão e consequente fecho de conta.
Justin Bieber é provavelmente o rosto mais conhecido dos sucessos que começaram a ser trilhados em portais como o YouTube ou o Facebook. Para as editoras, as redes sociais são cada vez mais o espaço privilegiado para testar o potencial de novas tendências ou captar novos artistas. O NewsBeat dá como exemplo mais recente a contratação de Sonna Rele pela Universal Motown Records depois de dar nas vistas no YouTube (aparentemente sem recorrer à compra de fãs virtuais).
Resta saber se a compra de fãs virtuais é um caso confinado ao mundo musical – ou se tem réplicas noutras indústrias.