Numa cerimónia emotiva, a decorrer em Valência e apresentada por Filomena Cautela, Filipa de Sousa Rocha, engenheira informática e estudante de doutoramento, dividiu o palco com os outros dois selecionados na categoria de Jovem Inventor. O prémio, estabelecido pelo Instituto Europeu de Patentes, em diversas categorias, é atribuído anualmente e tem como objetivo incentivar e promover a inovação e a proteção da propriedade industrial.
A invenção da investigadora portuguesa, que já tínhamos apresentado, consiste num sistema de programação por blocos, pensado para que crianças cegas ou com dificuldades visuais possam aprender a comandar um robô. Na categoria sub-30 estavam nomeados também o irlandês Fionn Ferreira, que desenvolveu um sistema de remoção de microplásticos da água, tendo como base uma solução magnética, e o queniano Richard Turere, que inventou uma forma de afastar os leões das povoações, baseada em emissão de luzes, o que tem contribuído para salvar tanto a vida das populações, do gado e dos próprios leões.
O primeiro lugar dá direito a um prémio no valor de vinte mil euros, o segundo a dez mil e o terceiro a cinco mil. Sobre a nomeação, Filipa Rocha, que desenvolveu o projeto no âmbito do seu doutoramento na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, disse que é “um verdadeiro incentivo” à sua investigação, que não teria sido possível sem a colaboração das famílias e das crianças com dificuldades visuais que testaram o sistema.
Curioso desde pequeno, Richard Turere disse que a sua invenção era uma forma de “proteger um modo de vida”, já Fionn Ferreira afirmou que os jovens representam “25% da humanidade, mas 100% do futuro.”
Na edição do ano passado, Portugal esteve representado pelo projeto SolarisFloat, na categoria PME.
Todas as invenções distinguidas representam uma solução para alcançar os Objetivos do Milénio estabelecidos pelas Nações Unidas.