Filipa de Sousa Rocha, 27 anos, tem um sonho. O de que todas as crianças tenham a possibilidade de aprender a programar. A pensar nas 90 milhões de crianças e adolescentes que vivem com deficiência visual, a engenheira informática criou um sistema que usa peças de Lego para controlar um robô e com isto tornou-se numa das três finalistas do Prémio Jovens Inventores, atribuído pelo Instituto Europeu de Patentes (IEP). “As principais ferramentas de iniciação à programação, como o Scratch ou o Blocks, são muito visuais e gráficas e as que se baseiam na audição tornam-se muito cansativas”, explica. A ideia então foi criar blocos físicos, colados a peças de Lego, em que cada bloco corresponde a uma instrução – em frente, para trás, falar – para recriar a codificação baseada em blocos.
Neste caso, os blocos são tangíveis e estão decorados com ícones de espuma 3D que representam cada uma das funções. Esta invenção, a que a engenheira informática chamou de Sistema de Programação Tangível Acessível Baseado em Blocos (BATS na sigla em inglês), permite que as crianças com deficiência visual controlem um robô, como se estivessem a jogar um jogo de computador, usando para isso o conjunto peça de Lego acoplada a bloco de espuma.