É considerada uma das maiores ameaças à vida humana, capaz de matar mais do que o cancro ou as doenças cardiovasculares. Mesmo assim, tem sido difícil combater o problema da resistência aos antibióticos. Em parte, pelo uso e abuso dos medicamentos, em parte porque não tem havido investimento suficiente no desenvolvimento de novas terapias. Para o CEO da Novartis, uma das maiores farmacêuticas do mundo, Vas Narasimhan, a colaboração que se estabeleceu entre a indústria para enfrentar a crise pandémica poderá ser mantida para ultrapassar outros problemas de saúde globais e desafiantes como o cancro ou as bactérias multirresistentes. “A pandemia mostrou-nos quão poderosa é a colaboração entre todos”, afirmou durante uma sessão do Web Summit. “Prevejo que no período pós-pandemia existirão mais colaborações deste género, para resolver, por exemplo, o problema da resistência aos antibióticos”, antecipou.
Admitindo que não é do interesse de ninguém perder a competitividade, o médico e especialista em Saúde Pública admite que poderá haver informação partilhada entre todos em sistemas de big data geridos por plataformas em open source. “A Inteligência Artificial e até a computação quântica poderão ajudar-nos a enfrentar este problema”, prevê o especialista. “O facto de o termos conseguido para enfrentar a pandemia dá-me esperança de que o consigamos para outros problemas de saúde pública”, admitiu.
Mantendo o registo otimista, o americano de origem indiana afirmou que neste momento vivemos uma Renascença na área médica, com vinte a trinta novos medicamentos aprovados por ano. “De cada vez que conseguimos aprovar um novo medicamento, estamos a enfrentar quatro mil milhões de anos de evolução”, referiu, dando o exemplo do tratamento do cancro.