Há um ano, Robb Kulin foi um dos 12 eleitos entre 18.500 candidatos dispostos a passar por uma das mais exigentes baterias de provas que um humano pode enfrentar. Foi devido ao sucesso nessas provas que o engenheiro mecânico nascido no estado Alasca passou a integrar o 22º grupo de recrutas de astronautas da Agência Espacial dos EUA (NASA). E foi também devido ao sucesso nas provas que agora o menos provável dos desfechos acabou por ter lugar: Kulin tornou-se no primeiro recruta a abandonar o programa de treinos de astronauta da NASA nos últimos 50 anos.
De acordo com a Ars Technica, Robb Kulin limitou-se a alegar «questões pessoais» para desistir a meio dos dois anos de treinos de astronauta, que o poderiam levar a participar em missões na Estação Espacial Internacional (ISS) ou até num eventual regresso à Lua. Com esta decisão, Kulin deixou para trás o sonho de um dia poder vir a pilotar veículos com componentes desenhados por si próprio, como expressou há cerca de um ano depois de serem conhecidos os 12 novos recrutas (sete homens e cinco mulheres) de astronauta da NASA.
É preciso “percorrer” 50 anos de registos da NASA para encontrar um caso de desistência entre recrutas de astronautas. John Llewellyn, um químico que integrou a sexta incorporação de recrutas de astronautas da NASA – e a segunda que especificamente tinha por propósito captar cientistas – protagonizou, em agosto de 1968, a desistência que precedeu Robb Kulin.
Nessa altura, os motivos da desistência mereceram maior detalhe: Llewellyn explicou que, afinal, não fora feito para fazer viagens a jato, enquanto a NASA reportou que o próprio candidato a astronauta confessou que não estaria a ter o progresso pretendido.