Há várias obras de teatro e literatura que descrevem um futuro onde robôs e humanos interagem de uma forma muito mais próxima do que o que vivemos atualmente. Nestes cenários, os robôs têm sentivmentos, podem recusar-se a trabalhar e são mesmo os melhores amigos dos humanos. No Japão, estão a ser desenvolvidos vários modelos que podem tornar este futuro num curto prazo de tempo.
A Geminoid F, criada por Hiroshi Isiguro, é um humanoide que consegue detetar rostos conhecidos numa multidão, que tem um longo cabelo preto e um rosto semelhante a uma mulher. Isiguro é um artista/engenheiro que procura explorar as reações humanas ao verem robôs que parecem e que se comportam como pessoas. «O meu objetivo é não só criar um robô humanoide, mas também ver como as pessoas sentem a presença». No laboratório de Isiguro, há vários robôs que assumem diferentes formas e nem todos são humanoides. Alguns destes transmitem uma sensação de repulsa às pessoas, enquanto outros conseguem cativar a atenção e o afeto de todos os que os rodeiam.
Um investigador da Future University Hakodate explica que «é claro que é sempre melhor ter um amigo, um parente ou outra pessoa a morar connosco. Mas se isso não for possível, os robôs são uma alternativa fácil. Podemos criar harmonia entre os dois, robôs e humanos», cita a Popular Science. É com este fim em vista que estão a ser desenvolvidos projetos como o Affetto, um robô que parece saído do Exterminador Implacável, com olhos expressivos e lábios brancos. O Affetto vai ser usado para perceber quais sãos as pistas não verbais que levam os humanos a construir um relacionamento. O Pepper é um robô branco, com alguns apontamentos azuis, que se move com rodas e que tem luzes a rodear os olhos fluorescentes. O Pepper fala bastante, pergunta como o interlocutor se sente e dá conselhos de repouso e bem estar. Este projeto de uma operadora de telecomunicações japonesa, a Softbank, foi apresentado em junho e deve chegar ao mercado em fevereiro do próximo ano. É descrito como sendo um robô social, com um preço abaixo dos dois mil dólares e que pode ler emoções das pessoas e corre apps.
Num lar de terceira idade, em Yokohama, há um projeto piloto a decorrer com o Paro, uma foca bebé robotizada que serve para dar e receber carinho e suporte emocional. O Paro ajuda na recuperação de depressões e ansiedade e tem a vantagem de não precisar de ser alimentado e não morrer, como os animais de estimação “verdadeiros”.
No Japão, país onde mais de 30% da população será de terceira idade em 2025, as autoridades e investigadores estão já a desenvolver a melhor forma de manter os humanos em boa companhia.