A Siemens está a desenvolver um procedimento que permite o despiste da malária a partir de testes de sangue de rotina, evitando o normal recurso à análise microscópica para detetar os parasitas no sangue e diagnosticar esta doença tropical de difícil diagnóstico.
De acordo com os especialistas, apenas cerca de 10% dos casos de malária em todo o mundo são diagnosticados corretamente. Por um lado, o problema é que praticamente todos os casos de febre em países onde a doença é comum são tratados com medicamentos antimaláricos, mesmo sem se saber se o paciente sofre de malária. Por outro, em países onde a ocorrência de malária é rara, a associação dos sintomas do paciente à febre tropical não é imediata, o que origina um erro no diagnóstico.
Assim, a Siemens procurou identificar a doença com base numa combinação específica de várias características de sangue. Juntamente com o setor Healthcare da Siemens, os cientistas do departamento de investigação Corporate Technology (CT) analisaram amostras de sangue anónimas, recolhidas tanto de indivíduos saudáveis como de pacientes com malária. Inicialmente, e recorrendo a centenas de valores de medição produzidos pelo sistema de hematologia da Siemens, foram definidos parâmetros que seriam potencialmente relacionáveis com a malária. De seguida, recorreu-se a métodos estatísticos para procurar padrões nos valores séricos das amostras de sangue recolhidas de pacientes com malária. Desta forma, acabaram por desenvolver uma fórmula que procura ‘padrões de malária’ em amostras de sangue.
Os investigadores continuam a aperfeiçoar o seu método para permitir a distinção entre os sete diferentes tipos de malária e testar o grau de fiabilidade com que cada um destes tipos é diagnosticado pelo método desenvolvido. Além disso, estão igualmente a analisar amostras de sangue adicionais de diferentes regiões do mundo, a fim de tornar o procedimento mais robusto.