O ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), no Chile, detetou o asteroide 2024 YR4 em dezembro do ano passado. Desde então, vários grupos de astrónomos previram que havia alguma probabilidade de impacto com o nosso planeta durante uma passagem rasante que irá acontecer em dezembro de 2032, mas o risco foi entretanto descartado, com a passagem do astro a ser feita em total segurança. Há, no entanto, desenvolvimentos – novos dados do Telescópio James Webb confirmam que a probabilidade de colisão com a Terra é de 0%, mas os astrónomos não conseguem afirmar o mesmo para a Lua.
Na altura da deteção, o asteroide estava a 829 mil quilómetros da Terra. A International Asteroid Warning Network, encarregue de o vigiar, concluiu que a trajetória está a afastar o corpo do planeta, tornando-o ‘invisível’ para estes instrumentos pelo menos até junho de 2028. É aqui que entra o James Webb que, com os sensores em comprimentos de onda de luz de infravermelhos, consegue fazer um melhor trabalho, medindo o brilho do asteroide para determinar o seu tamanho.
As novas leituras, propostas em janeiro, deixam perceber que o 2024 YR4 é maior e mais rochoso do que inicialmente detetado e confirmam que as probabilidades de colisão estão perto dos 0%, embora esta análise ainda não tenha sido sujeita a revisão dos pares, noticia o Gizmodo.
O Telescópio começou as observações a 26 de março, vendo que o asteroide rodava a cada 20 minutos durante um período de cinco horas. As análises iniciais indicavam uma dimensão entre 40 e 90 metros, com a leitura do Webb a indicar que se situa nos 60 metros, com uma superfície mais ‘fresca’ do que a maioria dos outros asteroides com dimensões semelhantes, o que pode indiciar que é mais rochoso também. Em maio, estão previstas novas observações para refinar as propriedades termais e orbitais do corpo.
Embora a probabilidade de colisão com a Terra daqui a sete anos esteja nos 0%, os resultados mostram que o asteroide “continua a ter uma probabilidade não-zero de ter um impacto na Lua neste período de tempo”. Com a Lua a já ter passado por milhares de colisões de asteroides ao longo dos seus 4,5 mil milhões de anos de existência, não é claro qual o impacto que uma possível colisão do 2024 YR4 poderia ter. Estima-se que a colisão poderia provocar um choque equivalente ao lançamento de oito megatoneladas de energia, mais de 500 vezes o impacto da bomba atómica de Hiroshima.