Desde que foi detetado pelo telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS), no Chile, em dezembro passado, que as probabilidades de o asteroide 2024 YR4 vir a colidir com a Terra tem vindo a ser frequentemente analisadas pelas agências espaciais. De acordo com as últimas estimativas da agência espacial norte-americana (NASA), divulgadas na quinta-feira, existem 0.04% de hipóteses de este corpo celeste atingir o planeta na próxima década. Já a Agência Espacial Europeia (ESA) sugere que a probabilidade de colisão seja agora de 0,16%. “Graças a novas observações, a Terra está agora no limite da decrescente ‘janela de incerteza”, refere a agência espacial. “Se esta tendência continuar, o risco pode chegar em breve aos 0%”. Mas o que se sabe ao certo sobre este asteroide? E que impacto teria a sua colisão com o planeta Terra?
Quando poderia atingir a Terra?
Estima-se que o 2024 YR4 tenha uma largura entre os 40m e 90 metros e seja feito de uma substância rochosa. De acordo com os cálculos da NASA, caso ocorra um impacto, é possível que esse venha acontecer a 22 de dezembro de 2032. Contudo, esta previsão pode vir a mudar nos próximos meses e semanas, dado que se baseia em dados preliminares.
Até à nova atualização – para 0,04% -, a NASA estimava que o risco de colisão do asteroide com a Terra fosse, até há pouco mais de uma semana, de 3,1% – o mais elevado a ser registado em mais de duas décadas de monitorização de objetos celestes. Em 2004, o asteroide Apophis também agitou a comunidade científica internacional, com uma probabilidade de colisão com o planeta de 2,7%.
Que danos poderia provocar?
De acordo com as estimativas atuais, o seu impacto com a Terra poderia ser 500 vezes mais poderoso do que a bomba nuclear de Hiroxima, o suficiente para devastar uma área de aproximadamente 2.150 quilómetros quadrados – o equivalente a 20 vezes a dimensão da cidade de Lisboa. Dependendo da sua localização, a colisão poderá provocar também um tsunami.
As agências espaciais determinaram ainda um “corredor de risco” para a colisão do asteroide que se estende pelo leste do Oceano Pacífico, norte da América do Sul, Oceano Atlântico, África, Mar Arábico e sul da Ásia.
Onde está agora?
Atualmente, o asteroide encontra-se numa órbita que se afasta da Terra, a dezenas de milhões de quilómetros do planeta, pelo que deverá desaparecer da vista dos telescópios terrestres nos próximos meses. O corpo celeste só deverá voltar a ser observável em 2028, uma oportunidade importante para recolher novos dados sobre a sua órbita e outras características relevantes.