É na órbita da estrela Eps Ind A que se encontra o exoplaneta Eps Ind Ab, o mais frio que foi detetado em imagens até agora. Uma equipa de 19 cientistas publicou o estudo sobre esta descoberta na revista Nature e relata que é difícil encontrar planetas gigantes gelados como este devido à escuridão e porque muita da luz que emitem cai no espectro de infravermelhos médios. Este espectro é difícil de analisar a partir da Terra e é aí que os telescópios como o James Webb assumem um papel determinante.
As primeiras referências a este exoplaneta datam de 2019 e surgiram novas teorias sobre o Eps Ind Ab em 2023. Agora, os dados do telescópio James Webb mostram que o planeta é muito diferente do que se teorizava. Não só é maior e está mais distante da estrela, como é extremamente brilhante no espectro médio de infravermelhos, tanto que a equipa está surpreendida de ainda não ter sido detetado a partir da Terra.
Segundo a maioria dos modelos, um planeta tão brilhante neste comprimento de onda de luz deve ser brilhante também noutros, particularmente porque este comprimento já foi estudado ao pormenor, noticia o website Popular Science.
A teoria dos investigadores é que a atmosfera do exoplaneta é rica em componentes que absorvem a luz neste comprimento de onda, como monóxido e dióxido de carbono e metano. Se assim for, levantam-se novas questões sobre a formação do planeta. “É difícil avançar com um modelo que explique a formação do planeta com compostos tão pesados”, afirma Elisabeth Matthews, do Instituto de Astrologia Max Planck.
Os investigadores vão avançar com estudos a este planeta, recorrendo agora aos instrumentos de espectrometria do telescópio James Webb. Além disso, a comunidade vai também tentar perceber como a atmosfera é composta e como o planeta se formou.