“Portugal está a caminho do Novo Espaço”, ouviu-se no no auditório do Ceiia, polo tecnológico em Matosinhos, onde a equipa que trabalhou no desenvolvimento do primeiro satélite totalmente desenvolvido e construído em Portugal assistia ao lançamento do Falcon 9. A transmissão a partir da base de Vanderberg, na Califórnia, mostrou uma imagem já bem conhecida. Mas desta vez com um significado especial para a audiência, na qual se incluía o Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.
A bordo do foguetão, operado pela companhia de Elon Musk, Space X, seguia o Aeros, o pequeno satélite com quatro quilos e meio, construído por um consórcio coordenado pelo Ceiia e com participação de empresas como a Thales. “No mínimo, chegámos a órbita”, comentou Tiago Hormigo, fundador da Spinworks, empresa que produziu a empresa multiespectral que irá captar imagens do oceano, para estudo da salinidade e dados populacionais de tubarões e mantas. “Um momento de grande felicidade, um momento histórico para o País”, observou o António Costa Silva, visivelmente emocionado. “Temos de aumentar a nossa autoestima”, apelou.
Alguns momentos críticos ainda têm de ser ultrapassados, como a ejeção do satélite, ou início do carregamento das baterias e o início das comunicações com terra, o que deverá acontecer 24 horas após o lançamento. Será no teleporto em Santa Maria, nos Açores, que serão recebidos e tratados os sinais enviados pelo Aeros.
