O maior cometa de que há registo mede 136 quilómetros de diâmetro, quase o dobro do Hale-Bopp, o atual detentor do título. Este cometa, o C/2014 UN271 (Bernardinelli-Bernstein) ou BB, mede mais do que 15 Montes Evereste, uns em cima dos outros. A trajetória atual coloca o BB em direção ao Sol e sabe-se que vai ter o ponto de passagem mais próximo do astro a 21 de janeiro de 2031.
Um novo estudo publicado no Astronomy and Astrophysics Letters por Emmanuel Lellouch, astrónomo do Observatório de Paris, conclui que estamos perante um dos cometas mais pristinos de que há registo. A dupla Bernardinelli-Bernstein detetou o cometa em imagens de arquivo de 2014 e considerou que se trata do mais proeminente representante de cometas distantes, de há muito tempo. Os cientistas pretendem observar a composição química do cometa quando este se aproximar do ponto mais perto do Sol, revelando que estas observações serão de grande valor.
A equipa liderada por Lellouch usou dados do ALMA (Atacama Large Millimiter Array) em agosto de 2021. Este telescópio é o mais sensível do mundo a operar em comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos e permitiu confirmar as dimensões massivas, bem como o brilho à superfície do cometa a uma distância de 20 unidades astronómicas, o mais distante que se conseguiu até hoje.
Estima-se que o BB demore três milhões de anos a completar uma órbita, pelo que a passagem dentro de nove anos configura-se como uma oportunidade única e muitos telescópios, incluindo o recém-lançado James Webb, devem ser apontados para aquela região.