Os critérios de financiamento e as exigências dos consumidores pressionam as empresas a seguirem modelos de negócio mais sustentáveis. E a recompensa para as organizações que têm bom desempenho nas componentes ambientais, sociais e de governança (ESG) parece ser cada vez mais evidente. A presidente da Euronext Lisboa, Isabel Ucha, apresentou na conferência “Traduzir Sustentabilidade em Negócio. Descodificar ESG para PME” alguns dados que o comprovam.
Esta iniciativa foi promovida pela Flexdeal, em parceria com a C-More: Beyond the Obvious, a Sérvulo&Associados e o IAPMEI, e contou com a EXAME e a Visão como media partners, e realizou-se esta segunda-feira, 7 de novembro, num hotel em Lisboa.
“As empresas que se focam na sustentabilidade a médio e longo prazo têm retorno financeiros 36% acima da média”, observou a responsável da empresa que gere a bolsa portuguesa, citando um artigo recente da Harvard Business Review. Isabel Ucha ilustrou ainda o interesse dos mercados financeiros pela sustentabilidade com o crescente volume emitido em obrigações verdes – uma fonte de financiamento que tem de ser usada em projetos ESG. Foram já investidos cerca de dois biliões de dólares nesses instrumentos.
Estes números são um indício forte de que no futuro “as empresas vencedoras são as que conseguem ser rentáveis através do ESG e não apesar do ESG”, defendeu. E isso passa por se olhar para os produtos e serviços e perceber de que forma estes contribuem e são positivo para a sociedade. “Não vai bastar ser neutro, as empresas terão de demonstrar que dão mais à sociedade do que aquilo que retiram”, afirmou a presidente da Euronext Lisboa.
Isabel Ucha salientou ainda que, nos mercados de capitais, os investidores estão dispostos a apoiar a transição para uma sociedade de baixo carbono, exemplificando com o caso das obrigações verdes. “Há muitos investidores dispostos a aceitar um juro mais baixo para comprarem estas obrigações”, referiu. E recordou o caso de empresas portuguesas que aproveitaram esse apetito do mercado para se financiarem através de obrigações verdes, como a Greenvolt, a Mota-Engil, a Corticeira Amorim, o Grupo Pestana e a Lusiaves.
![(Foto: Luís Barra)](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2022/11/221107_thumbnail_LB__7671.jpg)