O empresário José Neves assumiu a direção executiva da Fundação com o seu nome, substituindo Carlos Oliveira, que estava no cargo desde o início do projeto, em 2019. É o próximo passo na carreira do empresário português que deixou a Farfetch, há cerca de duas semanas.
“Anuncio que os destinos e a gestão da Fundação José Neves passam a ser diretamente assumidos por mim, e que esta vai continuar a contribuir para transformar Portugal numa sociedade do conhecimento e a desenvolver o potencial humano dos portugueses”, pode ler-se no comunicado enviado às redações.
No mesmo documento, sublinha a importância de Carlos Oliveira no crescimento da Fundação: “Reconheço publicamente o desempenho de Carlos Oliveira, enquanto presidente executivo cessante da Fundação que instituí. Foram seis anos em que o Carlos Oliveira se dedicou a ajudar-me a concretizar este projeto”.
Desde a sua criação, a Fundação José Neves foi repsonsável por várias iniciativas de apoio à sociedade, como é o caso das bolsas ISA FJN, em parceria com a Fundação Galp, que permitiu a mais de 400 portugueses requalificar as suas competências desde outubro de 2023. O “Pacto Mais e Melhores Empregos para os Jovens”, iniciado em janeiro de 2023, juntou mais de 100 empresas portuguesas num compromisso de apostar na contratação jovem até 2026.
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O empresário português José Neves anunciou a sua saída enquanto CEO da Farfetch, num e-mail enviado aos trabalhadores, a meio de fevereiro, pouco tempo depois de a empresa ter sido vendida aos sul-coreanos da Coupang por 500 milhões de dólares (o equivalente a 465 milhões de euros). Foi a forma encontrada para evitar a sua falência.
As claúsulas do negócio com os sul-coreanos incluíram um empréstimo no valor de 500 milhões de dólares, que será concedido às prestações até 30 de abril de 2024. A operação foi feita através do grupo Athena Topco, detido em 80,1% pela Coupang e pelo fundo Greenoaks (19,9%). O empréstimo terá uma taxa de juro anual de 12,5%, que será pago mensalmente.
Apesar de ter sido criada em 2008, a Farfetch só deu lucro pela primeira vez em 2021, graças ao período pandémico. No entretanto tinha garantido várias rondas de financiamento junto de investidores particulares e protagonizado uma entrada em bolsa feita com relativo de sucesso. Em 2023, porém, viu os resultados líquidos derraparem outra vez. Até ao negócio com a Coupang, acumulava três trimestres de prejuízos consecutivos e entre abril e junho de 2023 registou perdas de 258 milhões de euros.