Este artigo, publicado originalmente na edição de maio de 2019 da EXAME, foi o vencedor do Grande Prémio de Jornalismo Económico de 2020
Grandes incêndios, tsunâmis, cheias, tufões, ciclones, tempestades de enormes dimensões. Os desastres naturais têm-se repetido e a sua dimensão multiplicado nos últimos anos, consequência das alterações climáticas que entraram em velocidade de cruzeiro e que nem o Acordo de Paris está a conseguir travar. Às irreparáveis perdas humanas somaram-se, apenas em 2017, custos para a economia na ordem dos 320 mil milhões de dólares (ou 267 mil milhões de euros, ao câmbio da altura), segundo contas da Comissão Mundial sobre a Economia e o Clima (CMEC) da ONU.
Um artigo recente, que fez capa da New York Times Magazine, adjetivava as alterações climáticas de “uma ameaça como nenhuma outra”, enquanto o relatório de 2018 da CMEC salienta que “a escolha que enfrentamos hoje não é entre agir e não agir, mas sobre quão rápido vamos fazê-lo: podemos fazer uma alteração gradual, que vai prender-nos num futuro insustentável, ou podemos fazer uma viragem significativa na direção desta agenda de crescimento.” A agenda de que fala o painel de especialistas da ONU é aquela que mostra como a economia verde pode ser ainda mais vantajosa do que a chamada “convencional”. Parece cada vez mais óbvio, para leigos e especialistas, que só haverá vontade política para fazer grandes alterações quando houver motivação económica. E para a CMEC não restam dúvidas: se forem tomadas as medidas certas em prol da sustentabilidade ambiental, os ganhos podem superar os 26 biliões de dólares até 2030, o ano em que se espera conseguir travar o aquecimento global em “apenas” dois graus Celsius. Junte-se a isto as previsões que apontam para 140 milhões de migrantes devido a alterações climáticas até 2050, e talvez o puzzle comece a fazer mais sentido.
As estimativas apresentadas pela mesma comissão revelam que “tomar medidas ambiciosas em termos de controlo climático” poderá traduzir-se na criação de 65 milhões de postos de trabalho de baixo carbono, o equivalente à atual força de trabalho do Reino Unido e do Egito, em conjunto. E mais importante do que isso, a decisão deverá conseguir evitar mais de 700 mil mortes prematuras causadas pelo atual nível de poluição ambiental.
Momentos decisivos
As perspetivas económicas apontam para um investimento de 90 biliões de dólares em novas infraestruturas em todo o mundo, nos próximos 10 a 15 anos. Neste sentido, os peritos da ONU pedem que este dinheiro seja aplicado em projetos de baixo carbono, uma ação que poderá ser determinante para o crescimento económico e a prosperidade. O aumento do preço dos combustíveis fósseis parece ser incontornável, uma vez que se tem revelado, ao longo da última década, a medida que mais rapidamente produz efeitos em termos de redução de utilização. Nos EUA, as políticas ambientais de Barack Obama, que punham um peso mais elevado nas altas emissões de carbono, tiveram bastante sucesso nos dois primeiros anos da sua presidência, mas rapidamente Donald Trump fez saber que preferia ter as empresas a usar combustíveis mais poluentes do que cortar postos de trabalho. Aliás, no final do ano passado, quando o preço do barril de petróleo registou quebras acentuadas, o Presidente dos EUA fez questão de afirmar publicamente que fora ele que as causara, congratulando-se por isso e apontado o petróleo como o futuro dos negócios na maior economia do mundo.
“Temos um problema de clima porque os mercados falharam magistralmente no setor energético”, defendia William Nordhaus, Nobel da Economia de 2018, no final deste ano. A única solução, referia o académico, é mesmo o aumento dos custos sobre as emissões de carbono. Entretanto, o já citado artigo da New York Times Magazine punha o dedo na ferida: “Um economista vai, possivelmente, argumentar que a forma mais eficiente de reduzir os gases de efeito de estufa é colocar um preço no carbono. Mas a eficiência nem sempre pode ser atingida, de uma perspetiva política.”
Então, como se pode contrariar esta tendência de destruição do planeta sem pôr em causa o crescimento económico, e com medidas relativamente populares que não custem eleições aos governantes que as adotem?
Num primeiro momento, é preciso que haja estratégias claras coordenadas entre instituições públicas e particulares para fomentar o tal investimento em infraestruturas sustentáveis, ao mesmo tempo que a regulação deve ser reforçada;
os governos devem deixar de dar subsídios à agricultura intensiva ou à produção e à utilização de combustíveis fósseis, e todos eles “devem estabelecer Planos de Transição Energética para zero emissões, em conjunto com as empresas de energia, os sindicatos e a sociedade civil, de forma a garantir uma transição justa para trabalhadores e comunidades”, lê-se no relatório da comissão. No mesmo sentido, os ministros das Finanças de cada país devem orientar os investimentos de médio prazo para um objetivo de longo prazo.
Em termos políticos, para que estas mudanças resultem em votos e em aprovação dos sucessivos governos, é preciso virar o foco para os próprios consumidores: especialistas defendem que quando se troca o “abstrato” planeta por casos concretos, as pessoas tomam a iniciativa mais rapidamente. Por exemplo, ao invés de se defender um imposto verde, que tenha como objetivo reduzir as emissões de carbono, pode defender-se um aumento dessa taxa para garantir a redução das doenças respiratórias de que sofrem muitas crianças, atualmente.
No fundo, é colocar as pessoas no centro da questão. Porque, neste caso, é mesmo a população que está em causa. O Fundo Monetário Internacional referiu recentemente que a quebra de produtividade e os problemas de saúde provocados pelas alterações climáticas têm um impacto anual negativo em cerca de 350 mil milhões de dólares.

Compromisso público e privado
O investimento em energias renováveis vai também continuar a ser fundamental, precisamente na mesma medida em que se tenta abandonar os combustíveis fósseis. Muitas empresas e governos estão comprometidos com as metas de produção de energia limpa, mas é preciso fazer mais. Travar a desflorestação está também no topo das recomendações da CMEC, que aproveita para indicar a Indonésia como um dos países em que os esforços para recuperar área florestal, não só travando a destruição mas plantando novas espécies, se têm traduzido num significativo crescimento económico.
Como já foi referido, geralmente a intenção de mudança é alavancada por boas perspetivas económicas. Daí que, atualmente, haja mais de 160 instituições financeiras, responsáveis por gerir ativos na ordem dos 86 biliões de dólares, que já seguem as recomendações da equipa responsável pela divulgação dos impactos financeiros das alterações climáticas (TCFD na sigla em inglês), fundada por Michael Bloomberg. Com representantes de algumas das maiores empresas mundiais no seu board, a TCFD comprometeu-se a ajudar as companhias a “perceber que tipo de informação procuram os mercados financeiros, para medir os riscos das mudanças climáticas e responder-lhes, e ao mesmo tempo, incentivar as empresas a alinhar as suas comunicações com as necessidades dos investidores”.
E se, em 2018, a emissão de “obrigações verdes” chegou aos 250 mil milhões de dólares, espera-se que em 2020 esse valor salte para um bilião de dólares. Este tipo de emissão de dívida é alocado, obrigatoriamente, a projetos que contribuam para a sustentabilidade ambiental, e está a atrair cada vez mais investidores precisamente porque começa a tornar-se mais rentável. Recorde-se que o Banco Europeu de Investimento foi pioneiro, ao lançar o primeiro programa de green bonds ainda em 2007 (as Climate Awareness Bonds). Em 2018, estas emissões já somam um volume total de 23,5 mil milhões de euros.
À semelhança da experiência da Indonésia, também em Marrocos a aposta em políticas que pretendem travar as alterações climáticas está a dar frutos. Depois de ter visto o seu PIB encolher 1,5% em 2016 devido a uma grave seca, o reino de Marrocos decidiu investir – com o apoio de várias instituições internacionais – naquele que atualmente é o maior complexo multitecnológico de produção de energia solar do mundo, o Noor Solar, que deverá estar totalmente operacional durante este ano. Em três anos, terão sido criados 4 500 postos de trabalho diretos para a construção do complexo. Nos próximos 25 anos, espera-se que cerca de 200 postos de trabalho direto e centenas de postos de trabalho indireto sejam criados na região, com especial enfoque na capacitação das mulheres. Já no Quénia, um consórcio público-privado permitiu começar a construir um parque eólico que deverá custar 680 milhões de dólares mas que se espera que consiga suprir 15% das necessidades de produção energética do país. Esta construção, além de criar postos de trabalho diretos, obrigou ainda à reconversão de estradas e pontes de acesso ao Lago Turkana, onde está instalada, o que se traduz em mais investimento.
Todas estas iniciativas contribuem para o suprimento de uma outra necessidade, que muitas vezes é esquecida nos países desenvolvidos: o acesso generalizado a fontes de energia. Os dados mais recentes revelam que cerca de mil milhões de pessoas não têm atualmente acesso a eletricidade, enquanto três mil milhões não acedem à chamada clean cooking
– ou a possibilidade de cozinhar sem ser em fogões a lenha ou fogueiras abertas, que poluem mais e causam graves problemas de saúde. Estes números deverão melhorar em 2030, com o investimento em energias renováveis a permitir uma descentralização e uma regionalização que são fundamentais para o alargamento da rede de distribuição, e isso traduz-se em melhorias significativas de qualidade de vida, sobretudo para as mulheres.
Os mais recentes censos do Brasil revelavam que meninas que cresciam com acesso a rede elétrica tinham mais 59% de probabilidades de terminar o Ensino Básico, o que mais tarde se traduz em melhores empregos e melhores condições de vida. Se juntarmos a isto os dados sobre o acesso à água e ao saneamento, percebemos que há milhões de pessoas afastadas da possibilidade de uma vida melhor simplesmente por falta de acesso a recursos que estão a tornar-se cada vez mais escassos. É que em países como a Nigéria, as mulheres e as raparigas caminham horas por dia para conseguir água potável, o que as impede de estudar e trabalhar. As alterações climáticas têm feito escassear ainda mais a água onde ela já é um bem precioso – recorde-se o Dia Zero para o qual a Cidade do Cabo, na África do Sul, se preparou na primavera de 2018 –, ao mesmo tempo que aumentam o risco de intempéries precisamente nas zonas mais fragilizadas do globo.
Mas os desafios práticos não estão confinados aos países em vias de desenvolvimento. Os dados da CMEC revelam que o tipo de dieta, o desperdício alimentar e as elevadas emissões de carbono nas zonas urbanas de países desenvolvidos estão na lista das ações mais prejudiciais para a saúde do planeta e para as finanças mundiais. Entre 2014 e 2016, os países desenvolvidos alocaram cerca de 519 mil milhões de dólares a subsídios para agricultura, o que não só se tem provado uma medida economicamente ineficiente, como geralmente leva a comportamentos nocivos para o ambiente.
É o caso da agricultura intensiva, que provoca não apenas desflorestação mas também a saturação de solos com algumas culturas, leva ao desaparecimento de várias espécies animais e gasta cerca de 70% da água potável do planeta.No mesmo sentido, é nos países desenvolvidos que 56% do desperdício alimentar global ocorre, provocado muitas vezes pelo excesso de oferta – o facto de haver quantidades suficientes de comida e a preços relativamente baixos faz com que haja menos cuidado na forma como se armazena e se deita fora comida, revelam os especialistas. Incentivos às doações de alimentos, alterações na forma como se apresentam as datas de validade dos produtos e mais educação para a alimentação são políticas sugeridas pelos especialistas da ONU. Já nos países em vias de desenvolvimento, o desperdício acontece, muitas vezes, por falta de capacidade e por inadequadas formas de armazenamento.
Estima-se que mais de sete milhões de toneladas de alimentos sejam desperdiçadas anualmente e isto só pelas famílias, mostram os dados da comissão. Muitos países já contam com projetos de caridade que recolhem as refeições que sobram em restaurantes, que iriam para o lixo, e as distribuem pelos mais necessitados. Em Portugal, a primeira organização a fazê-lo a uma escala considerável foi a Re-Food, fundada em 2011 e que hoje já conta com mais de 25 núcleos de atuação espalhados pelo País. Distribui mais de 46 mil refeições por mês. Na Austrália, a OzHarvest nasceu em 2004 e hoje recolhe mil toneladas de alimentos por semana, que entrega a três mil pessoas. Esta tem mostrado ser uma das melhores formas de combater o desperdício alimentar em todo o mundo, tendo um impacto direto na vida das pessoas.
As áreas alimentares e de água e saneamento já começaram a ser positivamente impactadas pela utilização de “obrigações verdes” cujo capital tem sido aplicado em infraestruturas sustentáveis. Tanto a cidade de São Francisco, nos EUA, como a Cidade do Cabo, ambas comunidades que sofrem recorrentemente com secas, emitiram há pouco tempo obrigações que foram bem acolhidas pelo mercado. Uma iniciativa apoiada pelo Governo indonésio e pelas Nações Unidas e com o BNP Paribas como consultor lançou, entretanto, um mecanismo de financiamento dos solos (Tropical Landscapes Finance Facility). No fundo, é uma plataforma que visa garantir financiamento a projetos e empresas que tenham a sustentabilidade no seu ADN. Em fevereiro do ano passado, foram emitidas as primeiras “obrigações do solo” no valor de 95 milhões de dólares. O dinheiro foi alocado à recuperação
de uma plantação de seringueira (árvore da borracha) que vai criar milhares
de postos de trabalho.
Portugal não foge à tendência
O principal problema das questões ambientais é o facto de parecerem já tão graves que muitas vezes acreditamos que não é a nossa ação particular que pode mudar algo. “O que é que resolve se for só eu a deixar de usar plástico?”, ouvimos muitas vezes. Elon Musk, o criador da Tesla, é talvez o rosto mais conhecido desta luta: há dez anos, todos diziam que os carros elétricos que estava a construir estavam fadados ao insucesso.
Hoje, as principais marcas de automóveis desdobram-se para conseguir oferecer veículos totalmente elétricos aos consumidores. O regulador dos mercados nacionais (CMVM) lançou recentemente uma consulta pública com um inquérito através do qual quer tentar perceber o impacto real da sustentabilidade na economia nacional. Os resultados deverão ser conhecidos em breve. Há empresas portuguesas cotadas em índices bolsistas sustentáveis, como a Galp Energia e a EDP Renováveis, e a própria EDP emitiu no final do ano passado 600 milhões de euros em obrigações verdes.
A verdade é que apesar de os compromissos políticos e internacionais serem fundamentais para se conseguir uma travagem a fundo nas alterações climáticas, há quem tenha decidido não esperar mais e trabalhar já em prol de um futuro mais sustentável. E, mesmo numa escala menor, há quem esteja a fazer diferença. São já muitas as empresas que nasceram a pensar no futuro do planeta e que têm comprovado que, mesmo com uma dimensão inferior, a sustentabilidade pode ser rentável.
A EXAME falou com quatro projetos já estabelecidos e sustentáveis financeiramente (ver caixas), mas há muitos mais que todos os dias se comprometem a fazer diferente num mercado de elevado consumo. E se é certo que comprar produtos mais sustentáveis e naturais parece ser ainda escolha de alguns privilegiados, uma vez que os seus custos são substancialmente mais elevados, Cátia Curica, da Organii, esclarece: “Quando as pessoas perceberem que podem comprar e comer menos, mas melhor; quando perceberem que estamos a morrer pelas nossas opções”, essa ideia passará. A visão é partilhada pela fundadora da marca de calçado Balluta, que defende também “uma forma de pensar sustentável: consumir menos, escolher produtos que durem mais tempo no armário, mudar o chip e ver o que, de facto, está por detrás deste marketing potentíssimo da fast-fashion que nos convenceu de que, ao fim de três meses, estamos fora de moda”.
No final do século XIX, durante a guerra civil norte-americana, a moeda da maior economia do mundo passou a chamar-se “greenback”, devido à cor da impressão. Dois séculos depois, parecemos estar prontos para garantir que,
afinal, o dinheiro é mesmo verde. 

Mafalda Silva/Balluta
Uma questão de moda
Calçado vegan já faturamilhares de euros
A Balluta, a primeira marca de calçado totalmente vegan no País, nasce pelas mãos da designer Catarina Pedroso e do marido, Ricardo Duarte. “Nasci numa família com um terreno fora de Lisboa, uma quinta, onde havia animais de todos os tipos e alguma tradição de tauromaquia, algo que me impressionou muito enquanto criança”, confessa à EXAME. “Tornei-me vegetariana aos 20 anos de idade e, à medida que esta opção se alargava a outras áreas da minha vida que não apenas a alimentação, encontrava poucas opções com um design que me interessasse: urbano, trend-aware e único.” Criou a Balluta em 2017 e já começou a conquistar as passerelles e os consumidores. Os preços variam entre €230 e €455.

D.R.
Por necessidade própria
A Organii foi das primeirasempresas “verdes” em Portugal
As proprietárias da Organii tinham várias alergias que precisavam de combater e poucos produtos que lhes servissem. Nas suas buscas pessoais, perceberam que havia um nicho de negócio a explorar em Portugal e dedicaram-se totalmente à comercialização de produtos biológicos em 2011. “Acho que as pessoas já perceberam que podem fazer as mesmas coisas sendo mais sustentáveis. Creio que querem mesmo ter menor impacto no planeta”, diz à EXAME Cátia Curica, cofundadora da Organii. Nas suas lojas é possível encontrar produtos de higiene, roupa, acessórios, tudo de origem sustentável. “Temos de perceber que estamos
a morrer pelas nossas opções”, alerta.

D.R.
Saber o que se come
A #granel quer reduzir o plástico e criar consumidores mais conscientes
Foi quando nasceu o seu segundo filho que Cátia Carvalho percebeu que queria mudar de vida, sobretudo porque queria perceber o que estava a dar-lhe a consumir. Foi dessa vontade que nasceu a #granel, uma mercearia de alimentos biológicos e a granel inserida no mesmo bairro onde vive com o marido e os três filhos. “Defendemos uma reaproximação ao natural e essencial, e queremos ter com os nossos clientes uma relação próxima e de transparência, mas também marcada por uma atitude descomplicada, irreverente e bem-humorada”, explica à EXAME. “Não queremos simular uma loja ‘à moda antiga’, mas antes criar um espaço contemporâneo, que potencie a troca de ideias e a responsabilização de todos.” A compra a granel permite adquirir exatamente a quantidade que se pretende, e o cliente leva habitualmente o seu próprio recipiente, reutilizável.

D.R.
Combater o desperdício
Fruta Feia rende dinheiro e tem consumidores à espera
O projeto nasceu em 2013, depois de Isabel Soares se indignar quando um tio lhe disse que ia deixar estragar 40% da sua produção de peras porque eram “feias”. Formou uma cooperativa e conseguiu convencer agricultores a venderem-lhes os produtos que de outra forma iriam para o lixo e os lisboetas a comprarem cabazes semanais constituídos por fruta e legumes feios mas em perfeitas condições. Uma campanha de crowdfunding e um prémio da Fundação Calouste Gulbenkian deram rentabilidade ao negócio desde o início. Hoje conta com mais de “5 500 consumidores, trabalha com cerca de 200 produtores e, com os seus 11 pontos de entrega em Portugal, evita o desperdício de cerca de 15 toneladas de frutas e hortícolas todas as semanas”, revela fonte oficial da Fruta Feia à EXAME.