Identificar empresas portuguesas que sejam exemplos de gestão no processo industrial é o objetivo da iniciativa agora lançada pela Cotec Portugal e a AESE Business School. As duas instituições querem selecionar as organizações empresariais que possam estar ao nível dos melhores modelos europeus e levá-las a concurso internacional, fomentando assim uma nova cultura de gestão no tecido empresarial e industrial do território nacional.
Pela primeira vez, haverá duas candidaturas portuguesas ao prémio europeu Industrial Excellence Award (IEA) , promovido essencialmente por duas das mais importantes escolas de gestão e negócios internacionais, como a francesa INSEAD e a alemã WHU – Otto Beisheim School of Management, na Alemanha e, a nível ibérico, pela IESE Business School.
“Queremos identificar a excelência nacional com base em cinco fatores: a eficiência, com base no conceito de produção; a variedade da produção; a flexibilidade, atendendo à capacidade de ajustar às necessidades do cliente; o custo; e a velocidade, a rapidez com que se consegue concluir uma entrega”, realçou Jorge Portugal, diretor geral da Cotec, adiantando serem estas as vertentes “com impacto significativo na competitividade”.
O mesmo responsável explicou que “só medindo e divulgando os processos e as técnicas de gestão se pode orientar outros no sentido da sustentabilidade”. “Daí a necessidade de identificar quais são os pilares de excelência em Portugal, na vertente tecnologia, pessoas, processos e produtos, adotadas pelas empresas industriais portuguesas e que explicam o seu sucesso” para as pôr a concorrer a nível europeu.
Integrada na Plataforma Indústria 4.0, esta iniciativa foi hoje, 1 de março, lançada numa sessão de gestão industrial que decorreu no CEIIA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento do Produto, em Matosinhos, na presença da secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, que atribuiu “grande importância à capacidade de mobilização das empresas na participação deste prémio europeu, que tem como objetivo dar a conhecer práticas de gestão industrial com recurso à inovação tecnológica”. Até porque esta participação dará “visibilidade à nossa indústria, colocando-nos entre os melhores a nível internacional” e mostrando os nossos casos de sucesso.
Ana Lehmann realçou ainda a importância de incentivar e motivar os jovens a fazerem parte de um processo industrial. “Hoje, uma fábrica já não é suja e ir trabalhar para uma fábrica já não tem a conotação de antigamente”, apelou a secretária de Estado, que considera a modernização tecnológica a transição para a indústria do futuro.”Tenho dúvidas de que a 4ª revolução industrial seja muito diferente da primeira ou que cause mais danos. Nesta, a grande diferença é a rapidez a que tudo está a acontecer.”
As empresas interessadas em participar terão agora de se candidatar, período que deverá decorrer entre setembro deste ano e fevereiro de 2019. O vencedor do prémio europeu será divulgado no último trimestre de 2019. Antes, porém, a Cotec e a AESE promoverão um ciclo de sessões de discussão e partilha de experiências de melhores práticas em gestão industrial.
A ideia é que este programa não fique só nas grandes empresas e se estenda também às PME’s e aos seus gestores. “Saber de casos e práticas de gestão industrial, á luz da aplicação das tecnologias avançadas de produção e digitalização, na inovação dos modelos de negócio e criação de funções de alto valor acrescentado, nas operações e gestão integrada de cadeia de valor, marketing, comercial e distribuição e também de liderança é importante para multiplicar exemplos”, frisou o diretor geral da Cotec