Confessando que ficou “emocionado” quando saíram os números do crescimento português no primeiro trimestre – os melhores em quase duas décadas –, Álvaro Santos Pereira considera que as boas notícias têm muito a ver com as reformas efetuadas pelo Governo de Pedro Passos Coelho, a que pertenceu, e devem continuar este ano. Mas não ignora o papel do Executivo de António Costa, que tem feito uma “aposta no rigor orçamental”. Nem esconde “a ótica muito positiva” que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa tem insuflado no “ambiente que se respira em Portugal”.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), onde é diretor do Departamento de Economia, em Paris – cidade a partir da qual deu a entrevista à EXAME –, subiu a previsão de crescimento luso para mais de 2%. Otimista, Álvaro Santos Pereira aponta, no entanto, para as nuvens que ensombram as boas perspetivas do crescimento da economia e do investimento. A maior delas continua a ser a dívida, apesar dos esforços que têm sido feitos: “Portugal e os portugueses já merecem há algum tempo uma subida do rating da República”, reclama.
O ex-ministro da Economia continua a não atribuir a sua saída precoce do cargo ao “lobby da energia”, apesar de se assumir um “incómodo” para os interesses deste sector. Com as rendas da energia a dominar a atualidade, Santos Pereira diz ser “evidente” haver margem para cortar ainda mais nas rendas, que “afetaram a competitividade da nossa economia”.
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