Mais lucrativas, com um maior crescimento do volume de negócios, mais rápidas a criar emprego e com melhor desempenho ESG. Estas foram as principais conclusões do estudo anual sobre as 1000 maiores PME do País – apresentado esta quarta-feira numa conferência organizada pela EXAME em parceria com a Informa D&B e a EY, e com o apoio da Ageas Seguros – e que incidiu sobre os resultados financeiros de 2022. Foi a 29ª edição desta iniciativa.
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Augusto Castelo Branco, diretor comercial da Informa D&B, revelou os dados sobre a importância deste grupo de empresas para a economia e a forma como os seus resultados financeiros e de ESG têm evoluído. O responsável classificou o desempenho como bastante bom e salientou que “é destes exemplos positivos que a economia nacional necessita”. E detalhou a forma como este grupo de empresas tem crescido ao longo dos últimos anos.
“Os resultados líquidos, uma rubrica mais sensível aos ciclos económicos, atingiu cerca de €1.200 milhões em 2022”, uma subida de 40% face ao ano anterior “e mais do dobro face ao resultado registado em 2019”, indica o estudo da Informa D&B. A evolução deste indicador ficou acima do tecido empresarial nacional, que reportou uma subida de 51% do lucro desde 2019.
Volume de negócios e exportações a crescer
A justificar esta subida mais rápida dos lucros nas 1000 PME esteve, sobretudo, um crescimento acelerado do volume de negócios. Em termos agregados, esse indicador aumentou 44% face a 2019, atingido €22.500 milhões no final de 2022, um valor equivalente a 9% do PIB nacional. Já o tecido empresarial como um todo registou uma subida de 30% no mesmo período.
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“A entrada de novas empresas para o rank com crescimentos do negócio acentuados foi um dos fatores que contribuiu para esta subida. Quase um quarto das empresas são novas no rank quando comparamos com a edição anterior e no seu conjunto registam um crescimento do negócio de +62% face ao ano anterior”, indica a Informa D&B.
A contribuir para o crescimento das receitas esteve também a maior importância dos mercados externos. “A grande vocação exportadora das 1000 PME (44% exportadoras) foi um dos fatores que impulsionou a subida do negócio destas empresas”, explicou Augusto Castelo Branco. As exportações das 1000 maiores PME aceleraram 54% desde 2019, o ano que antecedeu a pandemia. Em 2022, as vendas para fora de portas deste grupo de empresas totalizaram €4.900 milhões. O ritmo de crescimento é bem maior que os 35% observados no tecido empresarial nacional no mesmo período.
O setor da indústria e grossistas são os principais responsáveis pelas exportações das 1000 PME.
Este grupo de 1000 empresas também se destaca na criação de emprego, reforçando o número de trabalhadores em 10% desde 2019, uma taxa de crescimento que é o dobro da de 5% do tecido empresarial.
Bom desempenho ESG
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Pela primeira vez nas 29 edições das 1000 maiores PME, a Informa D&B começou a analisar também os dados ESG das empresas, avaliando indicadores ambientas, sociais e de governance. E, nas empresas em que foi possível criar um score para estes critérios, a tendência é que as que integram aquele grupo tendem a ter desempenhos positivos relativamente a todo o tecido empresarial.
“Olhando para o agregado das 1000, estas empresas apresentam um maior nível de consciencialização e compromisso de uma atividade socialmente responsável e sustentável que o tecido empresarial”, refere a análise. Mais concretamente, 73% das 1000 em que foi possível atribuir um score ESG tinham uma classificação elevada ou média-alta, o que comparam com a proporção de apenas 31% na totalidade das empresas portuguesas.
Os resultados completos deste estudo serão divulgados na próxima edição da revista Exame.