As estimativas não são animadoras. Todos os anos, entre 4,8 e 12,7 milhões de toneladas de plástico invadem os oceanos. Os números do Parlamento Europeu prevêem ainda que, se nada for feito, em 2050 haverá mais plástico do que peixes no mar. Um cenário aterrador que ainda vai a tempo de ser evitado. Mais do que nunca, está nas nossas mãos.
É nesse sentido que o Lidl e o Electrão juntam forças há cinco anos. O objetivo do projeto TransforMAR continua a ser o mesmo: sensibilizar a população para a adoção de comportamentos mais sustentáveis em prol dos oceanos. Tudo isto através da redução, reutilização e ainda reciclagem do plástico e metal recolhidos nas praias portuguesas.
A estratégia é simples. Nos meses de julho e agosto deste ano, um cubo gigante – bem visível e identificado – fez casa em 20 praias de norte a sul do país, pronto para receber os resíduos de plástico e metal. O objetivo anual do projeto é evitar a catástrofe de acabarem no mar e dar-lhes uma nova vida, acabando com o desperdício e fomentando a economia circular.
Este ano, os esforços alargaram-se ainda a 22 ações de limpeza na costa portuguesa, através da parceria com a Brigada do Mar, em zonas identificadas com elevado risco de contaminação. E os resultados são surpreendentes. Só na edição deste ano, o projeto TransforMAR recolheu 67 toneladas de plástico e metal das praias portuguesas. Se contarmos com todas as edições, o número sobe para 180 toneladas nos últimos cinco anos.
Nem tudo o que vem à rede é peixe
E como nada se perde e tudo se transforma, os resíduos passíveis de serem reciclados transformaram-se em t-shirts fabricadas 100% a partir de plástico reciclado em Portugal, num exemplo claro de circularidade. As redes de pesca, cedidas pela Marinha, juntaram-se aos resíduos que não podem ser reciclados e transformaram-se em arte por uma causa. Em plena praia, nasceram esculturas de grande dimensão pelas mãos da artista plástica Soraia Domingos. Em Gaia, instalou-se um Labirinto de Redes. A sul, em Portimão, nasceu uma Tartaruga Gigante. A Onda que Ninguém quer surfar chegou à Nazaré – praia bem habituada a ondas gigantes.
E porque a união faz a força, o projeto que contou com a colaboração da Brigada do Mar, da Marinha Portuguesa, da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) e com o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Quercus, traduziu-se ainda em ações que visam a preservação dos ecossistemas marinhos e a proteção dos oceanos. Entre elas, a requalificação do laboratório de análises da qualidade da água e do plâncton do Aquário Vasco da Gama e a recolha de redes de pesca perdidas em alto mar.