Uma investigação do jornal britânico The Guardian revela acusações de violência sexual e conduta inapropriada de pelo menos 16 mulheres contra o David Copperfield, de 67 anos. Estas mulheres, lê-se na reportagem, conheceram o artista através do seu trabalho, e algumas delas afirmam que o mesmo tentou manter contacto com elas e com os seus pais, depois de promessas de que as ajudaria a serem modelos ou a seguir uma carreira na área do entretenimento.
O jornal conversou com mais de 100 pessoas e teve acesso a várias análises a registos policiais e judiciais realizados entre 1980 e 2014, para contar a história, publicada na última quarta-feira.
Três destas mulheres referem que o artista as terá drogado antes de ter relações sexuais com elas e algumas afirmam que teriam menos de 18 anos no momento dos ataques.
Uma delas é Brittney Lewis, que já tinha, em 2018, em declarações ao site The Wrap, acusado Copperfield de a ter drogado e agredido sexualmente três décadas antes, o que o mágico negou totalmente.
Uma segunda mulher não quis ser identificada, mas disse que ela e uma amiga foram drogadas pelo ilusionista, antes de este ter relações sexuais com elas, em 1993.
A terceira mulher contou ao jornal que terá conhecido Copperfield quando tinha apenas 15 anos, inferior à idade de consentimento no Reino Unido, de 16 anos.
Em diferentes quatro casos, as mulheres (três seriam adolescentes) acusam Copperfield de as ter apalpado e de lhes ter tocado no corpo de forma imprópria, durante apresentações de magia, ao vivo.
Fallon Thornton, de 38 anos, contou ao jornal que o mágico apalpou-lhe um seio durante uma atuação no hotel-casino MGM Grand, em Las Vegas, em 2014. A mulher fez queixa no Departamento de Polícia da cidade, contudo o caso foi arquivado por “provas insuficientes”.
O nome de Copperfield faz parte de uma lista de celebridades mencionadas em diversos documentos judiciais ligados a Epstein, acusado por tráfico de menores, que foram desclassificados em janeiro, mas os advogados afirmaram, na altura, que o mágico ficou “a saber pela imprensa” dos seus “terríveis crimes”.
Os advogados negam ainda todas as acusações de que o britânico é alvo, afirmando que o artista “nunca agiu de forma inadequada com ninguém, muito menos com menores” e que os relatos “não só são completamente falsas, mas também totalmente implausíveis”.