“Se não existe um estudo para fundamentar a decisão de aumentar a operação do Aeroporto Humberto Delgado, sou obrigado a concluir que o senhor tomou uma decisão irrefletida e que foi impulsivo!”. Pedro Nuno Santos, farto de levar com a acusação de “imaturidade” e da acusação de ser “impulsivo”, uma teoria que a AD e Luís Montenegro, em toda a campanha eleitoral, cavalgaram abundantemente, estava mesmo à espera do primeiro pretexto para, sofregamente, devolver os galhardetes. A insistência num estudo que nunca ninguém pediu, em sucessivas ampliações da Portela, foi uma forma de meter a “bucha” um bocado a martelo, é verdade. E a piada sobre a sua propria imaturidade fez-se sozinha, ao apregoar que “quem diz é quem é”.
O primeiro debate quinzenal do resto da vida de primeiro-ministro de Luís Montenegro surgiu, cirurgicamente, e não por acaso – o Governo revelou uma inteligente gestão dos timings… – um dia depois da grande decisão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, já crismado como Aeroporto Luís de Camões, onde aviões “mais alto se hão de levantar”. A narrativa vigente até há poucos dias de que o governo estava paralizado por um Parlamento hostil que, em coligações positivas ou negativas, formadas entre as bancadas da oposição, governava por ele, esfumou-se em poucos dias. De repente, logo ao primeiro debate, Montenegro aparece com a medida executiva mais aguardada dos últimos 50 anos,