Há pouco mais de um século, milhares de homens partiram para as frentes de batalha na Europa decididos a participar na guerra que, como se dizia nesses tempos, iria “acabar com todas as guerras”. Como sabemos, a ilusão que conduziu às mortandades irracionais da I Guerra Mundial – em que milhões de jovens pereceram nas trincheiras, numa demonstração cruel do que significa ser usado como “carne para canhão” – não acabou com as guerras e, como se viu mais tarde, até contribuiu para desencadear uma Segunda Guerra, ainda mais mortífera e global.
Agora, vivemos num tempo substancialmente diferente, mais avançado tecnologicamente, mas em que somos igual e rapidamente iludidos pelas perceções da realidade. E vivemos também num mundo em que, novamente, um conflito regional pode desencadear uma guerra global, de proporções alarmantes, tendo em conta o nível de armamento atualmente disponível no planeta.
Há quatro dias que Israel e o Irão se atacam mutuamente, com ataques permanentes de mísseis sobre os dois territórios. Tudo desde que, numa ação inesperada, Israel decidiu cumprir um ameaça de décadas e bombardear as instalações nucleares do Irão e aniquilar alguns dos principais comandantes do programa nuclear de Teerão.
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