Ontem foi um dia histórico no Parlamento português. O presidente de um país europeu soberano invadido pelos russos e debaixo de fogo esteve em direto a falar à Assembleia, tentando manter o tema nas agendas mediáticas internacionais. Desde 24 de fevereiro que Zelensky usa a comunicação como a sua principal arma, e 108 discursos de guerra depois, 25 dos quais aos parlamentos nacionais, é mestre em fazê-lo.
Descreveu detalhadamente a barbárie a que o seu povo está a ser sujeito e trouxe elementos nacionais para criar empatia: evocou a revolução de Abril contra uma ditadura, comparou o número de refugiados à população nacional, o tamanho das cidades de Lisboa e Porto às cidades devastadas, apelou à influência lusa nos países africanos de língua portuguesa e falou de saudade.