O primeiro-ministro português, António Costa, enviou cartas a homólogos de alguns dos Estados-membros mais pressionados pelos fluxos migratórios disponibilizando-se para receber mais cerca de 5.800 refugiados além da quota comunitária, indicou hoje fonte do executivo.
Deste modo, Portugal poderia vir a acolher no total um número próximo de 10 mil refugiados.
De acordo com a mesma fonte, o chefe de Governo, que se encontra em Bruxelas a participar numa cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), enviou na semana passada cartas à Grécia, Itália, Áustria e Suécia, nos mesmos termos da proposta apresentada no início do mês à chanceler alemã, Angela Merkel.
Em causa está a disponibilidade do Governo português para, “no espírito da solidariedade europeia”, acolher até mais cerca de 5.800 refugiados, além da “quota” destinada a Portugal no quadro do sistema de recolocação de refugiados entre os Estados-membros (4295 pessoas ao abrigo do mecanismo de recolocação e 191 pessoas ao abrigo da reinstalação – ou seja, provenientes de países fora da UE – num total de 4486).
A proposta apresentada por António Costa aponta para a disponibilidade do Governo em acolher cerca de 2 mil estudantes universitários, 800 no ensino vocacional e entre 2.500 e 3 mil refugiados qualificados para trabalhar nas áreas agrícola e florestal, precisou fonte governamental à Lusa.
Ao abrigo do mecanismo europeu de recolocação, que inclui 160 mil pessoas, Portugal recebeu 26 refugiados.
Na cimeira a decorrer até hoje, em Bruxelas, os chefes de Estado e do Governo da UE já exigiram “ver uma substancial e sustentável redução do número de entradas ilegais” a partir da Turquia para a Europa.
Após cerca de 10 horas de reunião, os líderes dos 28 reafirmaram ainda que a “rápida e completa implementação” do plano conjunto da União Europeia/Turquia “continua uma prioridade”, para travar o fluxo de migrantes e combater os contrabandistas.