Uma casa portuguesa, com certeza. O projeto da Casa da Música ficará para sempre ligado ao momento em que o Porto foi, orgulhosamente, Capital Europeia da Cultura, em 2001. Estava, mesmo, a ser pensada desde 1999, quando sete arquitetos de renome internacional (incluindo Álvaro Siza Vieira) foram convidados a apresentar propostas – seria escolhido o holandês Rem Koolhaas, que logo em agosto desse ano entregou um plano. Acreditou-se que o encerramento das atividades da Porto 2001 acontecesse nesse novo e marcante equipamento cultural, mas rapidamente se tornou óbvio que isso não ia acontecer… A Casa da Música só abriria portas ao público a 15 de abril de 2005, depois de muitas polémicas, sobretudo ligadas à derrapagem nos prazos e nas contas (foram ali investidos 100 milhões de euros, quando os planos iniciais apontavam para cerca de 40 milhões). Estar nas notícias por razões pouco ou nada ligadas à música e à programação tem sido uma sina desta Casa ao longo dos tempos.
O objetivo foi criar não só um espaço para todo o tipo de concertos (Lou Reed e os Clã deram o pontapé de saída na pré-inauguração de 14 de abril) e produções musicais como uma obra icónica que servisse de polo de atração da cidade (como aconteceu em Bilbau com a inauguração, em 1997, do Museu Guggenheim). Missão cumprida? P.D.A.
