Nos últimos dias, o rapper Kanye West, de 47 anos, tem sido fortemente criticado nas redes sociais por uma série de comentários antissemitas e ofensivos. O músico – que revelou ter sido diagnosticado com autismo há pouco mais de uma semana – tem utilizado a sua conta na plataforma X – anterior Twitter – para partilhar uma série de publicações que vão de elogios a Hitler a dizer que controla a atual companheira. Em vários tweets, West escreveu que “adora Hitler”, que se considera nazi e que não tem “qualquer respeito ou empatia por qualquer pessoa viva”. “Vou normalizar falar no Hitler como normalizaram falar sobre matar negros”, escreveu. “Alguns dos meus melhores amigos são judeus e não confio em nenhum deles. Os judeus já não me controlam, isto é um país livre. Vocês abortam crianças negras para colher células estaminais”, pode ler-se.
Os seus comentários levaram a organização não governamental The Campaign Against Antisemitism a pedir a Elon Musk, dono da rede social, para remover West da plataforma. “Mais uma vez, Ye teve um ataque antissemita na Internet. Não podia ser mais claro que ele é um antissemita impenitente e orgulhoso”, lê-se. Esta não seria a primeira vez que o músico seria suspenso da plataforma. Em outubro de 2022, a sua conta foi restrita na sequência de comentários contra a comunidade judaica, mas a suspensão acabou por ser levantada um mês depois. Já em dezembro do mesmo ano, Ye voltou a ficar sem conta após elogiar Hitler e partilhar uma imagem de uma suástica dentro de uma estrela de David. A sua conta voltou ao ativo em julho de 2023.
West partilhou ainda uma série de comentários sobre a mulher, a arquiteta australiana Bianca Censori, que chocou o mundo há cerca de uma semana na passadeira vermelha dos Grammys, ao aparecer praticamente nua. “Eu controlo a minha mulher. Ela está com um bilionário, porque haveria de ouvir algum de vocês, um bando de falhados? As pessoas dizem que o visual da passadeira vermelha foi uma decisão dela. Sim, eu não a obrigo a fazer nada que ela não queira, mas, definitivamente, que ela não teria sido capaz de fazê-lo sem a minha aprovação, seus idiotas manipulados pelo sistema woke”, escreveu. Kanye West pediu ainda a libertação do produtor musical Sean Combs, preso desde 16 de setembro de 2024, acusado de liderar um império de crimes sexuais, defendeu o rapper Ty Dolla $ign e elogiou Elon Musk.
Após a polémica presença nos prémios de música – que terá, alegadamente, levado a organização a convidar West e a mulher a abandonar o recinto – Ye lançou uma nova coleção de roupa feminina da sua marca, Yeezy. “As minhas vendas duplicaram desde ontem [quinta-feira] à noite. O mundo deve ser racista como eu”, escreveu. Horas mais tarde, o rapper partilhou uma imagem do medicamento para a diabetes Mounjaro, também utilizado para a perda de peso, com a legenda: “A Yeezy não contrata pessoas gordas ou feias.”
“Obrigado ao Elon por me deixar desabafar”
Esta madrugada, durante o 59º Super Bowl, West voltou ao X e fez uma série de comentários dirigidos a Taylor Swift. “Porque é que estamos a permitir que a Taylor Swift seja vista na televisão a cantar uma canção sobre criticar um homem negro e acusá-lo de coisas que lhe podem arruinar a vida?”, escreveu numa referência à música ‘Not Like Us’, de Kendrick Lamar.
Mas a artista norte-americana não foi o único alvo de ataque de West, que voltou a utilizar a plataforma para fazer publicações antissemitas. “O Kendrick está a ser usado por brancos e por judeus, e eu também”, pode ler-se numa das publicações.
Kanye West despediu-se do X agradecendo a Elon Musk por lhe dar a oportunidade de “desabafar” na plataforma. “Vou sair daqui. Obrigado ao Elon por me deixar desabafar. Usar o mundo como uma placa de som foi catártico. Obrigado a todos os que me deram a vossa energia e atenção”, escreveu na sua última publicação antes de apagar a conta.