Define-se como uma “workaholic em recuperação”. “Às vezes, não é fácil manter as regras que defini em relação ao repouso”, confessa à VISÃO Jen Fisher, 48 anos, diretora de Sustentabilidade Humana da Deloitte, na sua passagem pelo Porto. Em 2015, tornou-se a primeira chief well-being officer da multinacional de auditoria, uma espécie de provedora do bem-estar, um conceito “sobre o qual não se falava dentro das empresas e parecia que tinha apenas que ver com aquilo que fazias fora do trabalho”. No início, reconhece, “abordávamos a importância do exercício físico, de uma alimentação saudável, ou do sono”.
Foi apenas durante e após a pandemia que sentiu ter existido uma real consciencialização do impacto do trabalho na saúde dos trabalhadores. Às dificuldades do confinamento acresceram as exigências laborais intermináveis, que encaminharam muitos até à exaustão. “Vivemos num mundo digital híbrido, onde as pessoas estão hiperconectadas, 24 horas por dia, e sentem-se sobrecarregadas, incapazes de acompanhar o ritmo… na verdade, não deveriam ter de o fazer”, admite.
