O Reino Unido está a braços com um aumento do número de casos de infeção pela bactéria Escherichia coli nas últimas semanas. A Agência de Normas Alimentares do Reino Unido e a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido tem estado a investigar a origem do surto, que se pensa ter começado em folhas de alface utilizadas na confeção de vários produtos alimentares vendidos em vários pontos do Reino Unido – o que poderá explicar o registo de casos numa larga área geográfica.
O surto, que já ultrapassou as duas centenas de infetados, levou à retirada do mercado de vários produtos alimentares devido ao risco de contaminação pela bactéria, mas esta é uma investigação “complexa e em curso”, conforme a descreveu Darren Whitby, diretor de incidentes da Agência de Normas Alimentares, à Sky News.
Segundo os especialistas, a dificuldade em encontrar a fonte de contaminação está nas baixas quantidades de alface presentes nestes produtos alimentares, como é o caso das sandes, por exemplo, e mesmo das saladas. Ademais, a curta validade dos produtos, de apenas alguns dias, dificulta as buscas pela origem do surto, já que são retirados do mercado antes que possam ser feitas análises à presença da bactéria.
Entre os sintomas de infeção por E.coli encontram-se a diarreia grave, cólicas, vómitos e febre, podendo ser fatal em pessoas – como crianças e idosos – mais vulneráveis.
O que é a E.coli e como pode uma alface estar na origem de um surto?
De nome científico Escherichia Coli, a E.coli é uma bactéria que habita naturalmente no intestino humano e animal. A maioria das estirpes desta bactéria é inofensiva, mas uma modificação pode acabar por provocar infeções de ordem intestinal, digestivas e urinárias graves.
Também conhecida como a “bactéria do hambúrguer”, geralmente, a E.coli é transmitida pela via alimentar através de alimentos como a carne mal cozinhada, o leite, queijos e água. Já no caso deste surto, a bactéria terá sido transmitida através de folhas de alface, colocadas em vários produtos alimentares.
Segundo a Agência de Normas Alimentares, a contaminação das alfaces com a E.coli poderá ter ocorrido de três formas diferentes. Sendo esta uma bactéria que habita o intestino dos animais está, geralmente, presente no estrume utilizado na agricultura, o que poderá ter provocado a contaminação direta das alfaces. Por outro lado, a contaminação poderá também ter ocorrido de forma indireta, através da sua presença na água – utilizada para a rega do vegetal.
Por norma, após colhidas, as alfaces passam por um processo de lavagem, realizado em fábrica, onde são removidos todos os resíduos de contaminação superficial. Contudo, este não é um processo totalmente eficaz, uma vez que não elimina todas as bactérias. O mesmo ocorre com a lavagem do alimento em casa: apesar de reduzir a quantidade de bactérias, não as elimina totalmente, uma vez que a bactéria se isola no interior da folha podendo propagar-se para outros alimentos através de contato direto com os mesmos.