Em 2022, foi anunciado pela Agência Espacial Europeia que John McFall, de 42 anos, seria o primeiro “parastronauta” do mundo. Contudo, a sua perna protética tem despertado preocupações para a equipa de peritos da agência, uma vez que a sua composição pode representar riscos graves para a qualidade do ar no interior da Estação Espacial Internacional. “O casquilho é de fibra de carbono e tem uma espuma de alta densidade no interior. O encaixe de fibra de carbono é impregnado com uma resina. A espuma é feita com polímeros”, explicou McFall. Os materiais que compõem a prótese de McFall podem libertar gases que, num ambiente selado como a Estação Espacial Internacional, podem ser tóxicos e colocar em perigo os astronautas. Isto deve-se ao facto de o ar na estação espacial ser constantemente reciclado, sem qualquer filtragem, o que leva a amplificaçao de qualquer gás produzido por diferentes materiais ao fim de um certo período de tempo.
A equipa da Agência Espacial Europeia está a testar a prótese de McFall, numa investigação que só deverá estar concluída em 2025. A sua perna será submetida a testes para garantir que não liberta gases tóxicos ao longo do tempo da missão. O estudo tem também por objetivo ajudar a ESA a avaliar o impacto da utilização de uma prótese numa estação espacial, bem como testar possíveis soluções para eventuais problemas.
McFall, de origem britânica, encontra-se em fase de formação com vista a embarcar na Estação Espacial Internacional. O parastronauta e antigo atleta paraolímpico britânico – que ganhou uma medalha de bronze nos Jogos de Pequim em 2008 – terá perdido a perna num acidente de mota quando tinha 19 anos.
Em 2022, após ter sido selecionado pela ESA, McFall mostrou-se contente com a oportunidade. “Com a minha vasta formação científica e um vasto leque de experiências, senti-me compelido a tentar ajudar a ESA a responder a esta pergunta: Será que podemos pôr alguém com uma deficiência física a fazer um trabalho significativo no espaço?”, referiu.