“Do rio ao mar, a Palestina será livre” tem sido uma frase muito ouvida em marchas pró-palestina em todo o mundo à medida que vários manifestantes saem à rua para apoiar o estado palestiniano. O cântico, que tem décadas de existência, tem causado controvérsia entre os israelitas que o consideram perigoso. Se para os palestinianos esta é uma frase de apelo ao fim da ocupação israelita da Cisjordânia, para outros – sobretudo para os grupos judeus – é vista como um slogan antissemita. Isto porque o apelo à existência um Estado palestiniano que se estenda do rio Jordão até ao mar Mediterrâneo – território que inclui o Estado de Israel – significa o desmantelamento do Estado judaico.
Originalmente dita em árabe – Min Al-nahr Ila Al-bahr Filastin Hurra – este cântico tem sido utilizado desde os anos 60 pela Organização para a Libertação da Palestina para manifestar o seu direito em regressar pacificamente às terras da Cisjordânia. A criação do estado de Israel em 1947, após a divisão da Palestina em estados judeus e árabes pelas Nações Unidas, levou à migração forçada dos palestinianos, que desejam voltar a ter o controlo sobre estas terras.
À medida que os refugiados palestinianos procuraram refúgio noutros locais, a frase enraizou-se e tornou-se um slogan muito utilizado em protestos pró-palestinianos das últimas décadas. Contudo, embora criado como uma forma de mostrar solidariedade, esta frase tem sido vista como divisória – especialmente após a sua adoção pelo Hamas, organização extremista que exige o regresso dos palestinianos ao território atualmente ocupado pelas forças israelitas.
Esta vaga de violência começou a 7 de outubro após um ataque surpresa do grupo islamita Hamas em solo israelita. Desde então, o exército israelita tem bombardeado Gaza em retaliação e, na passada sexta-feira, alargou as operações terrestres. No total, os ataques israelitas já fizeram mais de 8.300 mortos e mais de 21.000 feridos.