É mais comum do que pensamos. Ouvimos o nome de alguém até podemos a dar o recado “não posso esquecer-me deste nome” ao nosso cérebro mas, de acordo com Brian Colbert formador principal no Instituto Irlandês de Programação Neuro-Linguística, “linguisticamente, isso torna-se um comando que nos diz para esquecer”.
“Estamos preocupados com a forma como nos estamos a apresentar, estamos a dizer a nós próprios para nos lembrarmos do nome da pessoa – há tanta conversa interna a acontecer que não conseguimos prestar atenção.”
Recordar nomes é importante a muitos níveis. As pessoas sentem-se bem quando ouvem o seu nome e prestam mais atenção. Estudos mostram que ouvir o nosso nome ativa o nosso cérebro, mesmo quando é dito num espaço barulhento.
Fingir até conseguir
“Esteja convicto de que se vai lembrar” diz Rebecca Lockwood, uma formadora de programação neurolinguística (PNL) e de psicologia positiva baseada em Yorkshire. “Eu costumava ser aquela pessoa que dizia: ‘Peço desculpa, sou mesmo má com nomes’ – depois apercebi-me que estava constantemente a comunicar comigo mesma para dizer: ‘Não consigo fazer isto’.”
“Diga a si próprio: ‘Sou muito bom a lembrar-me de nomes'”, diz Lockwood. “É tão simples quanto isso.”
Repita e estabeleça ligações
Quando souber o nome de alguém, não se limite a acenar com a cabeça e a continuar a conversa, tente ligar o nome ao que está a dizer, repita-o. Depois, faça-o ficar no seu cérebro, criando associações em torno dele.
“O que estou a fazer é criar uma pequena história para mim sobre a pessoa. As pessoas que são boas a recordar coisas pensam muitas vezes no que a coisa não é, em vez de pensar no que é”, diz Colbert.
Quando se estiver a despedir, certifique-se de que utiliza o nome uma última vez, olhando a pessoa na cara, e faça um esforço para memorizar o rosto, associando-o à história que criou da pessoa.
Diga o nome da pessoa durante a conversa
Usar o nome de uma pessoa durante uma conversa com ela, para a memorizar e para a pôr à vontade, é um truque conhecido dos políticos. De forma subtil e nunca em demasia durante uma conversa, dizer o nome de alguém em voz alta não só o reitera para si próprio, como também reforça a ligação entre si e a pessoa com quem está a falar, afirma Lockwood.
Isto, por si só, é suscetível de apoiar a sua memória.
Jogue jogos de palavras
Criar uma rima divertida com o nome de alguém, um trocadilho ou uma alcunha é um ato que vai desencadear um processo de associação no nosso cérebro.
Uma boa alternativa, é associar o nome próprio com algo específico da aparência da pessoa que está a conhecer.
Estabeleça uma ligação de qualidade
Memorizar nomes requer prática, mas funciona, defende Colbert. Na próxima interação que tiver, sinta-se verdadeiramente presente no momento, quando alguém falar, pare e oiça.
“Repita o nome da pessoa, reforce-o com uma ligação ou uma associação. Quanto mais sentidos ativar em relação ao nome da pessoa, maior será a probabilidade de se lembrar dele. Podemos tornar-nos muito bons a fazê-lo”, explica Colbert.
Faça as pazes com o esquecimento
Parece contraproducente, mas quando se aceita o esquecimento, é muito mais fácil lembrarmo-nos de detalhes.
O córtex pré-frontal do cérebro, que lida com a concentração, o raciocínio e a memória, começa a desligar-se sob pressão. É por isso que aquele nome ou pormenor esquivo lhe vem à memória muito depois de ser relevante: a sua retenção é muito melhor quando está relaxado.