Nos últimos anos, têm surgido, em vários países, evidências que sugerem que cada vez mais raparigas entram precocemente na puberdade (antes dos 8 anos). Estudos retrospetivos, de 2021 e 2022, realizados na Alemanha e na Turquia, mostraram, por exemplo, que o número duplicou ou até triplicou durante os períodos de confinamento de 2020. Os investigadores apontam antecedentes genéticos, aumento de peso e fatores ambientais como possíveis causas do fenómeno.
Perante tal realidade, muitos pais desejam recorrer a terapias de bloqueio hormonal, por forma a atrasar a entrada das crianças na puberdade. O objetivo do tratamento é preservar a estatura final e aliviar o stresse psicossocial. No entanto, Luís Miguel Cardoso, endocrinologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, refere que é importante ter em consideração que “há crianças com formas de puberdade precoce com progressão lenta, ou mesmo sem progressão, que atingem a estatura-alvo final sem necessidade de tratamento”.