Se os seus anos como estudante do ensino secundário foram ou têm sido bons, então é mais provável que as suas capacidades cognitivas estejam mais desenvolvidas mais tarde na vida. Esta é a conclusão de um novo estudo, desenvolvido por investigadores da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, nos EUA, que envolveu mais de 2 mil norte-americanos.
Os investigadores serviram-se de um inquérito realizado em 1960 a estudantes do secundário, nos EUA, além de dados recolhidos pelo Project Talent Aging Study, um importante estudo longitudinal que fornece informações relevantes sobre mudanças cerebrais e cognitivas relacionadas com a idade, e que incluiu mais de 22500 participantes.
Para a mais recente investigação, publicada na revista científica Alzheimer’s And Dementia Diagnosis Assessment And Disease Monitoring, a equipa analisou a relação entre seis indicadores de qualidade escolar e valores de desempenho cognitivo, realizando testes de linguagem, memória e atenção. Os voluntários, que participaram no estudo 58 anos depois de terem concluído o ensino secundário, responderam aos testes telefonicamente.
Depois da análise, a conclusão da equipa foi que os estudantes que, na década de 60, tinham frequentado escolas de melhor qualidade, possuíam uma melhor função cognitiva 58 anos depois relativamente às pessoas mais velhas que não tinham estudado em escolas tão boas.
Os investigadores deram conta de que a qualidade da escola foi especialmente importante no que diz respeito às habilidades linguísticas, mas que frequentar uma escola com professores com alto nível de formação teve ainda mais relevância.
De acordo com a equipa, o facto de estudar em escolas com professores mais formados afetar a cognição na velhice pode ser justificado por várias razões. “As instruções e ensinamentos fornecidos por professores mais experientes e sábios pode ser mais estimulante intelectualmente e fornecer benefícios neurais ou cognitivos adicionais”, afirma a investigadora Dominika Seblová, uma das autoras do estudo, citada pela Sky News.
Seblová acrescenta ainda que frequentar escolas de alta qualidade também pode influenciar a trajetória de vida, motivando os alunos a irem para a universidade, o que pode estar relacionado com “uma melhor cognição na vida adulta”, diz a investigadora.