Na madrugada deste domingo, a hora vai voltar a mudar, transitando para o regime de inverno. Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, às 2h da manhã o relógio atrasará 60 minutos, passando para a 1h da manhã. Nos Açores, a mudança será feita à 1h de domingo, passando para a meia-noite. Esta é uma “tradição” que Portugal mantém, apesar das controvérsias sobre se se deve manter ou não a alteração da hora. Mas sabe como e porque é que começou a mudança de horário?
Um pouco de história
Até ao século XIV, as civilizações antigas dividiam o dia em períodos de 12 horas. Mas com a construção dos relógios mecânicos, os dias passaram a ter 24 horas. Em 1784, Benjamin Franklin propôs que se fizesse um ensaio com a alteração da hora na primavera (mais uma hora), o que permitiria uma poupança considerável nas velas. Isto porque, caso se levantassem mais cedo, as pessoas conseguiam aproveitar mais horas de sol e, como tal, poupar no consumo de energia, ou seja, de velas.
Contudo, esta medida apenas ganhou mais força mais de 100 anos depois, em plena Primeira Guerra Mundial. Com o desenvolvimento da ferrovia, e depois de outros pensadores apresentarem os vários benefícios desta mudança, implementou-se a mudança de horário na primavera para poupar combustível, escasso e racionado na altura, na Alemanha e na Áustria.
Pouco tempo depois, Portugal, que desde 1911 seguia a hora de Greenwich, imitou os outros países europeus, atrasando os ponteiros dos relógios pela primeira vez a 17 de junho de 1916 (para fazer a operação oposta a 1 de novembro).
Desde então, muito se tem discutido sobre a pertinência da mudança de horário. Em 2018, um grande inquérito europeu havia dado uma vitória esmagadora aos defendiam a não mudança da hora: 80% dos 4,6 milhões de inquiridos responderam que queriam os relógios a seguirem o seu curso natural, sem influência externa. E a maioria disse preferir ficar com o horário de verão. “Milhões acreditam que, no futuro, a hora de verão deveria ser para o ano todo”, disse, na altura, o ex-presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker. No entanto, apesar das avaliações, Portugal continua a mudar a hora duas vezes por ano.