Pouco mais de dez anos depois de ter arrancado aquela que é considerada uma das maiores investigações sobre fraude fiscal e branqueamento de capitais em Portugal, da qual resultaram muitos outros processos, a Operação Monte Branco ainda não conhece uma acusação. Apesar de, no início deste ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter pedido ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que finalizasse este caso até às férias judiciais, a verdade é que várias diligências ainda estão a ser realizadas – entre as quais, a identificação de quem já pagou o quê e quando ao Estado. Também será de ter em conta que o titular do caso, o procurador Rosário Teixeira, tem em mãos, simultaneamente, outros megaprocessos, como a Operação Marquês.
Tendo sido originado em junho de 2011, quando o Ministério Público (MP) passava a pente fino as contas do antigo Banco Português de Negócios (BPN), o Monte Branco já perdeu um dos seus principais arguidos, Francisco Canas, que morreu em 2017; e arrisca-se a não conseguir ir mais além do que foi a Operação Furacão, iniciada em 2005, em que os arguidos acabaram por regularizar os deveres fiscais junto da Autoridade Tributária (AT) com a ajuda do poder político.
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